quinta-feira, 16 de maio de 2019

Superpato Novas Aventuras parte 13

SUPERPATO 50 ANOS

PKNA 22 Frammenti d´autunno


Trama absolutamente fabulosa primeiro publicada em 20 de setembro de 1998. Em Portugal, conforme mencionamos na parte 12, saiu na Disney Especial 35 da Goody com o título Fragmentos de Outono.

Desta vez a opção foi colocar primeiro a capa da mais nova republicação, na série PK Giant, pois é uma das capas mais bonitas da série. A original, também linda, é esta.


Como é evidente, a história gira em torno de Lyla. Ela e agentes biológicos da Tempolícia estão rastreando dois androides criminosos, mas em meio a cenas que parecem velhas lembranças Lyla se confunde e atira em um dos colegas. Nem o Superpato, que surgiu para ajudar contra os fugitivos, foi capaz de impedir, e os agentes levam Lyla de volta ao século XXIII. Nosso herói fica sozinho, mas subitamente surge Eugene Photomas, enviado pelo amigo e admirador do Superpato, ninguém menos que o industrial Odin Eidolon. Photomas explica que Lyla irá enfrentar um julgamento por suas ações, e o depoimento do herói é essencial.

Quando chegam ao século XXIII os dois se encaminham ao escritório do governador de Patópolis, onde conversam com Odin por videoconferência, via hologramas. Superpato recebe a notícia de que a situação de Lyla é séria, e que o industrial está em New Washington, nas Nações Unidas, apresentando a Carta dos Androides. Os seres sintéticos, com ela, terão os mesmos direitos que os biológicos.


O governador comenta que um personagem poderoso, em campanha para ser o próximo dirigente, conseguiu por sua influência que o julgamento de Lyla fosse realizado, com o objetivo de impedir a aprovação da Carta. E com esse primeiro julgamento de um androide o sujeito ainda pretende questionar a existência da Tempolícia. Eidolon acrescenta que, no fim, são suas indústrias que também estão ameaçadas, pelo que representam para a humanidade em termos de progresso científico e humano.

Na porta do tribunal esse personagem, Sean Gottfresh, incita a imprensa contra os androides e o Superpato. Lá dentro Photomas, que tem problemas de memória, chama finalmente mais uma testemunha, Leonard Vertighel. Este é o braço direito de Odin Eidolon, o projetista responsável pelos androides classe 5Y, o tipo ao qual Lyla pertence. Ele insiste que estes não devem ser tratados como máquinas ou objetos, e que sua criação é perfeita. Os androides fazem parte da sociedade do século XXIII, desempenhando inúmeras funções, e aparecem ao longo da história em diversos cartazes de divulgação. Alguns até bem sensuais para os padrões Disney!

Enquanto Superpato percebe que o governador não considera os androides equivalentes aos biológicos, o promotor que faz as acusações questiona que a Tempolícia os tem espalhados ao longo da linha temporal, e como são quase indestrutíveis representariam um perigo caso se rebelassem. Vertighel protesta, mas o promotor exibe relatórios sobre mau funcionamento em trinta dos modelos 5Y, escritos pelo próprio projetista. Este comenta que não detectaram qualquer anormalidade, o que leva o promotor a acusar ser um defeito de manufatura. Este ainda acusa as Indústrias Eidolon de não revelar toda a verdade, e que a limpeza deve começar com Lyla. Nesse momento o Superpato protesta, e é “convidado” a se retirar do recinto.


Lyla, na solidão do momento, experimenta outras memórias, de folhas de outono, uma floresta, e um personagem do qual ela não consegue ver o rosto. A androide descreve o sonho, e o promotor continua sendo duro com ela, alegando não ser normal que um sintético sonhe, e que isso pode ter conflitado com a realidade, provocando o incidente. O Superpato protesta de novo, e desta vez é “saído” para fora do tribunal.

Eugene consegue 24 horas para tentar convencer o júri a não considerar Lyla culpada, e em novo contato por holoconferência Odin e o governador falam ao Superpato sobre a Organização, o grupo de piratas temporais que nosso herói já enfrentou anteriormente (falamos deles na parte 9 e na parte 11). Como Gottfresh tem atacado a Tempolícia, então existe a suspeita de que ele trabalhe para a organização, o que tem sido insinuado na campanha do atual governador. Odin afirma que o caso não pode ter envolvimento com política, e pede para o governador sair. Em seguida o Superpato descreve as ações dos renegados do começo da história, e os amigos concordam que tudo aparentemente foi preparado para provocar o julgamento de Lyla. Então Eidolon providencia um traje especial para a próxima missão do nosso herói.

Superpato invade a casa de Sean Gottfresh, e o flagra com os dois androides renegados do começo da história. Na conversa fica evidente o arranjo entre o político e a Organização, e como ele escolheu Lyla como alvo precisamente para atrair o herói, a fim de dar mais publicidade ao caso. Superpato enfrenta os renegados e obtém uma confissão de Gottfresh, mas a polícia chega e leva nosso herói preso. Mas o governador e Eugene o acompanham, confirmando que a confissão de Gottfresh não tem utilidade legal. Mas o governador comenta que será suficiente para tirar seu rival da disputa, e ele não tem problema algum em admitir que envolveu Odin Eidolon na trama para seu próprio benefício. O político ainda diz: “pobre Odin, se iludindo ao pensar que política e progresso caminham lado a lado”.

Temos inúmeras provas disso aqui no Brasil, não?

Além de ter permitido ao amigo ouvir a conversa, Superpato ameaça o governador para fazer algo por Lyla. Então a amiga é submetida a um detalhado exame, mas nem assim é possível identificar o misterioso personagem. O que descobrem é que, na parte responsável pela sensibilidade e emoções do cérebro artificial dela, foi instalado um biochip que não é equipamento padrão em androides 5Y.


O único que pode ter respostas é Leonard Vertighel, e quando o Superpato o visita em sua mansão, o cientista confessa que instalou um biochip em cada androide 5Y que considerou perfeito. Vertighel afirma que já é dono do futuro com suas criações, mas se interessa mais pelo passado, que tinha mais sabor. O Superpato comenta que conhece uma avó que faz ótimos bolos, numa clara referência à Vovó Donalda. Leonard diz que encontrou a imagem perfeita, após uma vida de procura, em Lyla, e que alguém persegue seus sonhos por amor. Afirma que era o objetivo de sua vida encontrar a mulher perfeita, capaz de compartilhar suas lembranças e amá-lo.

Superpato afirma que o amor não pode ser criado em laboratório, e Vertighel retruca que ele conseguiu. Que Lyla não teve os problemas dos outros 5Y, sentindo o cheio e as sensações das folhas no outono, e que o teria amado. O cientista usa plantas modificadas para prender o herói, jogando uma estante sobre ele. “Páginas e folhas. Quanto conhecimento há em uma página, e quanta vida há em uma folha?”, Leonard questiona, dizendo depois que tinha tudo, exceto uma coisa. “O imenso, o único, o inalcançável” ele completa, diante da imagem de uma sexy androide semelhante à Lyla.

Um incêndio toma conta da casa, sendo descrito pelo Superpato. O herói conseguiu escapar por pouco, e a cena seguinte é dele e Odin recebendo Lyla, que foi libertada. A Carta dos Androides foi aprovada, e agora os sintéticos podem exercer seus direitos e deveres em meio à sociedade. Lyla teve o biochip removido, e comenta que teria gostado de conhecer Vertighel. Photomas comenta que não foi encontrado qualquer traço do cientista, e o Superpato acrescenta que voltou ao local do incêndio para recuperar o escudo X-transformer, e somente encontrou alguns livros e um desenho do cientista. Eugene, por sua vez, conseguiu que Lyla fosse reintegrada, e ganha um beijo dela por isso.


Na partida o herói comenta que faz uma boa equipe com Odin, e o industrial responde “como nos velhos tempos”. Rapidamente se corrige, dizendo que fazia tempo que não via o amigo. E a trama termina com uma nova piada sobre a fraca memória de Eugene.

Uma das melhores histórias do universo de Novas Aventuras, capaz de estimular profundas discussões sobre o que é, afinal, a inteligência, o sentimento, e a própria alma. Porém, um dos fatos mais desconcertantes sobre esta história é que o destino de Leonard Vertighel é desconhecido. Ele pode ter perecido nas chamas, mas pode também ter escapado, mas não sabemos pois nunca mais seu nome foi mencionado em Novas Aventuras. Mas isso não tira o brilho dessa aventura, na qual vemos ecos, novamente conforme já comentado na parte 8, do episódio A Medida de um Homem de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração.


E ainda, por que não, o próprio Blade Runner esteve em minhas lembranças ao ler esta história. Nada como uma boa Ficção Científica para nos fazer meditar sobre a condição humana, chamada por este site de um quadrinho com poesia!

PKNA 23 Vuoto di memoria


Mais uma história que faz parte da muito bem recheada Disney Especial 35 de 2017, lançada pela Goody em Portugal. O título lá ficou como Lapso de Memória, e sua publicação original na Itália se deu em 20 de outubro de 1998.

Depois da complexa história anterior, o tom desta é mais humorístico, mas não menos interessante. Enquanto algumas pessoas experimentam problemas em sua vida cotidiana, o Superpato está treinando em um ambiente virtual controlado por Um, mas um incidente acontece. Os dois conversam, e nossa I.A. preferida comenta que não deve ter inserido na simulação certos parâmetros de limitação. Superpato diz que qualquer um esquece, mas Um comenta que, sendo como é, não pode esquecer, nunca.


Nisso, um personagem foge por vielas antes de ser capturado por um grupo. A cena seguinte é Angus Fangus apresentando o telejornal do 00 Channel, quando um problema técnico acontece. Para completar, o neozelandês recebe uma chamada da mãe, que também é ouvida por Um e Superpato.

A próxima página nos traz um personagem conhecido, Fenimore Cook, em uma instalação remota e falando sobre o personagem capturado, Adam Mood. Um CD estava entre os pertences que carregava. Em seguida Angus finalmente chega a sua aldeia nativa, reencontra a mãe e um velho “amigo”, o Superpato! Rangi, a mãe de Angus, reúne o clã, rememora o momento em que conseguiram expulsar os invasores evronianos (lembram, claro, dos eventos ocorridos em Invasão, história analisada na parte 5). Porém, o desprezível Fenimore Cook, empresário ganancioso e corrupto, continua agindo, construindo um exército particular graças à tecnologia desenvolvida por um personagem tão nefasto quanto ele, o cientista Ewan Loke.


Rangi explica que o já mencionado Adam Mood, uma estrela ascendente na informática, foi infiltrado nas operações de Cook como agente do clã, mas desapareceu. A líder explica que as informações obtidas por ele indicam que o corrupto planeja algo grande, em escala mundial, e precisa ser impedido. Em seguida ela diz que Angus e o Superpato irão trabalhar juntos no caso, e como manda quem pode e obedece quem tem juízo, os dois concordam.

Superpato, preocupado, contata o amigo cibernético, mas a conversa não rende o esperado. Quando o herói desliga, vemos Um acompanhado pela versão cibernética de Baldo, personagem de desenho que também atrapalhou o programa de Fangus e outros sistemas informáticos.


Acompanhamos em seguida uma conversa entre Mood e Loke, e este explica o alcance do golpe que ele e Cook planejaram, por meio de um vírus de computador que infectará toda a rede mundial. O maluco deixa claro que não irá se contentar somente em chantagear o mundo oferecendo a vacina para o vírus, ele quer tudo, mesmo que tenha que passar por cima de Cook.


Nossa dupla de heróis consegue se apossar, após algumas rusgas e lutas, de um caminhão transportando material para a base de Cook, e vale notar o nome do caminhão em sua dianteira, Kiworth. É uma combinação do apelido kiwi dado aos neozelandeses com Keyworth, famosa marca norte-americana de caminhões pesados. Os dois enfrentam uma encrenca em uma lanchonete de estrada, quando fica claro que os caminhoneiros não gostam daqueles que trabalham para Fenimore Cook, encrenca essa piorada por Um, agora claramente afetado pelo vírus. Nossos heróis chegam à base de Cook e, administrando a antipatia mútua, vão abrindo caminho, quando Fangus revela ser também um excelente aliado, isso quando quer.


Eles encontram Adam Mood e o trio foge, enquanto os dois neozelandeses comprovam que têm uma velha convivência, nem sempre amistosa. Conseguem fugir sem problemas, o que é suspeito, e se revela que tudo é um plano de Ewan Loke. Em outra lanchonete o Superpato conversa com Mood, e este comenta que o vírus se espalha por qualquer sistema de informática. Preocupado, o herói pergunta como reagiria uma hipotética, mas nem tanto, Inteligência Artificial, e o cientista comenta que prefere nem imaginar isso. O vírus, enquanto isso, descobre os “brinquedos” escondidos nos vastos porões da Ducklair Tower, ou seja, seus armamentos projetados por Everett Ducklair.

Cook está furioso, mas Loke facilmente localiza os fugitivos, e revela sem o chefe saber que tudo é um plano para mostrar como ele é insubstituível. Um caminhoneiro com que nossos heróis cruzam na estrada reconhece Angus como o sujeito que atacou seus amigos anteriormente, e tudo está armado para um grande confronto. Superpato e seus amigos são emboscados em um bloqueio das forças de Cook, e chegam os caminhoneiros para participar da festa. Mas estes reconhecem o herói, e passam a lutar a seu lado contra o corrupto, afugentando seus capangas.


Finalmente de volta a Ducklair Tower, o Superpato vê que seu amigo Um está acompanhado de outras imagens, resultantes do vírus. Com muita lábia o herói consegue inserir o CD de Adam Mood, e o vírus é finalmente destruído. Em seguida convida seu amigo a espalhar a vacina através da rede, salvando nosso modo de vida. Angus Fangus apresenta de forma triunfal o telejornal, mostrando como um grupo terrorista foi desmantelado, incluindo a prisão de Ewan Loke. Ele somente lamenta que, graças a seu exército de advogados, ainda não foi desta vez que Fenimore Cook foi para seu lugar merecido na prisão. Mas não se preocupem, pois Angus Fangus irá lhes trazer sempre toda a verdade, não confiem em mais ninguém.

História divertida, e que como é comum na série ecoa certos clássicos da Ficção Científica. Para mim podemos tranquilamente mencionar o excelente Jogos de Guerra!


A trama tem ainda um visual muito inovador, abandonando em várias páginas os quadrinhos tradicionais para apresentar imagens grandes com cenas “coladas” por cima, ou quadros finos se estendendo de cima a baixo. Um visual caótico, casando bem com a escalada de problemas causados pelo vírus, e mais uma amostra da bela arte da série.

Até mais!

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