terça-feira, 28 de maio de 2019

Superpato Novas Aventuras parte 14

SUPERPATO 50 ANOS

PKNA 24 Crepuscolo


Episódio que completa o que pode ser chamado de Trilogia de Urk, composta também pelos números 11 e 19 de PKNA. As duas primeiras histórias foram analisadas na parte 8 e na parte 11. Crepuscolo foi publicada pela primeira vez em 20 de novembro de 1998. Também é a HQ que encerra a estupenda edição Disney Especial 35 da Goody, publicada em Portugal em 2017.

Há uma outra publicação italiana de que vale a pena falar, como sugestão para a editora Culturama, mas deixamos isso para daqui a pouco.

Primeiro quero dar destaque para a belíssima capa original, que para mim apresenta duas indiscutíveis referências. A primeira, claro, é esta:


E a segunda é esta:


O que acharam? Concordam?

A trama começa com dois personagens discutindo o sonho de um deles, aludindo a elementos da mitologia nórdica, como Yggdrasil, Götterdämmerung e Ragnarök. Já voltaremos a eles! É inverno em Patópolis e o Natal se aproxima, o que gera uma discussão na redação do 00 Channel entre Angus Fangus e Mike Morrighan. Donald aproveita para convidar Lyla para passar a data em sua casa, com seus amigos e família. A androide pergunta sobre Urk, e o pato responde que o amigo deles vai para casa. Em seguida Um e Donald conversam, e o pato diz que não entrou em maiores detalhes porque o que eles pretendem fazer não será do agrado da Tempolícia, da qual Lyla continua a ser uma agente.

Um apresenta a Donald o Deslocador, uma janela para infinitos universos paralelos baseada na Altronave do Lança-Raios (e vocês naturalmente lembram da parte 3, quando analisamos Superpato vs. Demolidor) e abastecida com a unidade cronal descrita em Carpe Dien, descrita na parte 9. Donald, como o Superpato, vai buscar Urk, e na volta medida sobre o quanto muitas partes da Ducklair Tower permanecem desconhecidas para ele. Feitos os preparativos, os dois amigos entram no Deslocador e rumam para a dimensão de origem de Urk.


Na cena seguinte nos vemos na América do Norte comandada pelo Povo Vermelho de Urk, que conseguiram equilibrar sua avançada tecnologia com o respeito à natureza. Os dois são recebidos com festa pela Grande Família Iroquois, e ficam diante da líder, Sage Kayla. Urk pergunta onde está sua irmã Zeryn, mas nesse ponto a tensão começa.

Kayla informa que a nave de Zeryn, uma de suas principais cientistas, foi interceptada por caças viking na região da Tribo Ani-Yun Qiya, os Cherokees. Ela estava em uma missão destinada a acabar com os monstros produzidos em laboratório pelos invasores vikings, e iria apresentar o resultado de suas pesquisas no Império da Serpente Emplumada, para os povos asteca e inca. Estes sofrem também com ataques dos vikings. O Conselho do Povo Vermelho, representado então pelo Shaman Watami, expressa suas condolências para Urk, que se recusa a aceitar que Zeryn é prisioneira dos vikings. Ele sai dizendo que irá resgatar a irmã.

Superpato e Urk conversam, e chega o conselheiro Kiltor, que afirma saber onde Zeryn é mantida prisioneira, e confessa seu amor por ela. Depois de um ataque de fúria de Urk, no qual ele chega a perguntar para o Superpato se este tem uma irmã, ao que o herói responde afirmativamente (única menção a Dumbella Pato em toda a série) os três partem para a Europa em uma nave para a Ilha de Gottland, na costa da Suécia. Lá fica o Castelo Oestburg, principal laboratório de pesquisas do Império Viking.


Contudo, a nave é confrontada por caças viking que terminam por abatê-la. Urk e Superpato conseguem escapar, mas para nosso herói o desastre é ainda pior, pois perdeu o escudo X-transformer, única via de retorno a seu próprio universo. Além disso eles são obrigados a enfrentar a faminta fauna local, mas são salvos por um nativo que os abriga em casa. Thorval é seu nome, contudo o viking os trai, entregando-os às forças de segurança. Mas nossos heróis contornam a situação e derrotam todos. Depois colocam em prática um plano para invadir Oestburg, o que fazem em meio a algumas piadas. Finalmente encontram Zeryn, e quando mencionam Kiltor, ela reage com fúria dizendo que ele é um traidor do Povo Vermelho.

Nisso aparece o próprio Kiltor, acompanhado de soldados e do comandante do castelo, Barão Hasting. O traidor ainda revela que o ataque contra sua nave foi uma encenação a fim de que ele se apoderasse do X-transformer, cuja ciência permitirá aos vikings mover sua sede de conquistas para outros mundos. Mas nossos heróis conseguem reagir e escapar.


Mas Zeryn afirma que não pode ir com eles, pois precisa concluir o Projeto Ragnarök. E para choque de Urk, ela revela ser o veículo dessa arma final, na qual o Shaman Watami combinou magia e tecnologia para criar uma energia superior, contida na própria Zeryn. E nisso tem lugar uma despedida emocionada. Depois a garota confronta Hasting e seus comparsas, iniciando o processo que começa a destruir tudo, principalmente os laboratórios onde eram produzidos os monstros que tanto afligiram os povos do outro lado do Atlântico.

Porém, Urk afirma sentir que a irmã está viva, mesmo em meio à destruição. Os heróis escapam, enquanto Hasting ainda tenta salvar um disco com os dados do X-transformer. Mas uma explosão destrói o Castelo de Oestburg nesse momento, marcando uma provável mudança na maré do conflito.

Enquanto Zeryn se recupera, Kayla e Watami explicam como sabiam da traição de Kiltor e o usaram para realizar o Projeto Ragnarök. Todos esperam que esse fato possa finalmente trazer a paz tão ansiada. E chega o momento da despedida entre dois grandes amigos. Urk diz para o Superpato dispensar um discurso de adeus, e o herói lhe dá um sinalizador transdimensional, para que o chame em caso de necessidade. Urk diz que sente que eles irão se encontrar de novo, e entrega ao herói uma carta. Os dois amigos se despedem, e o Superpato retorna para seu universo.

Lyla lê a carta de Urk, que termina assim: “Um mundo no qual existem pessoas que podem fazer você esquecer que veio de um lugar muito distante não pode ser um mundo mau. Com amor, Urk”. E uma rápida conversa dela com Donald encerra essa antológica história.

A Trilogia composta por Urk, Zero Absoluto e Crepúsculo, com seus títulos traduzidos em português, é composta por algumas das melhores histórias de toda a série Superpato Novas Aventuras. É uma grande pena que nunca tenha sido publicada no Brasil, e surpreendentemente não tenha tido sequências nem ao menos na Itália. Também o tema de universos paralelos não foi mais explorado na série.

Para encerrar, gostaria de fazer uma sugestão para nossos amigos da editora Culturama. É evidente que dificilmente será viável lançar as 50 edições de Superpato Novas Aventuras no Brasil, lamentavelmente. Penso que nem seria o caso, já que algumas das histórias, convenhamos, não acompanham a qualidade de outras. Mas, no caso da Trilogia de Urk, seria um enorme presente para os fãs brasileiros do Superpato e do universo de Ficção Científica Novas Aventuras ao menos um volume trazendo estas três espetaculares histórias.


Até há o exemplo de que isso já foi feito na Itália, em 2007, em Paperinik Ultimate Collection 9, trazendo exatamente as tramas Urk, Zero Assoluto e Crepuscolo. Seu total de páginas é de 186, o que cabe perfeitamente em O Grande Almanaque Disney, com espaço para alguns textos extras... A ideia está apresentada!

PKNA 25 Fuoco incrociato


História primeiro publicada em 20 de dezembro de 1998, lida pelos portugueses como Fogo Cruzado em Disney Hiper 48 de 2017. Uma nave evroniana transporta prisioneiros para o Poço, como é conhecido o planetoide prisão Ev-666, mesmo lugar de onde saiu Trauma (PJNA 10, que os leitores podem conferir na parte 7). Mas os prisioneiros, de raças diferentes, conseguem escapar e tomar a nave.

Na Terra, enquanto isso, o Superpato está lidando com uma questão no porto de Patópolis, representada pelo ataque de um robô gigante. Com o Spcar (Patocar também é um nome aceitável) ele derrota a ameaça. Nisso o robô e nosso herói são colhidos por uma enorme nave similar a um dirigível. O pato é acolhido a bordo e conversa com o comandante, Vincent Darko, do Principado de Stahlburg, pequeno país no norte da Europa cheio de segredos por sua avançada tecnologia. O país é pequeno mas dotado de amplas reservas de ferro, cobre, ouro, que produziram sua riqueza e avanços científicos. Darko comanda o Machado (The Ax) organização que protege Stahlburg, e eles precisam do herói para lidar com uma nave evroniana caída em seu território.


É precisamente a nave dos fugitivos, que são um anão e um gigante, ambos de aparência similar, um robô e um ser mutante que tem certa semelhança com os evronianos. Eles se mostram páreo muito duro para as forças de Stahlburg, e em meio às cenas da batalha somos apresentados a alguns desses novos alienígenas. O anão e o gigante pertencem ás duas raças do planeta Vanium, e enquanto o segundo é um mastont, o primeiro é um nimoid (alguma referência aqui?). Os pequenos são muito inteligentes, e os grandes muito fortes, e depois de séculos de conflitos passaram a viver em simbiose. No caso Yak é o nimoid, e Kurg o mastont, e a dupla derrota facilmente um soldado de Stahlburg a bordo de um enorme mecha, ou exoesqueleto.

Superpato e Darko discutem, quando nosso herói pergunta se alguém se deu ao trabalho de tentar se comunicar com os alienígenas. O que eles não sabem é que uma lendária nave evroniana, o cruzador Centurian, está a caminho da Terra. Porém esses dias gloriosos ficaram para trás, pois a nave é pouco mais que uma sucata, comandada pelo arrogante almirante Argon. Ele sabe que os prisioneiros rumaram para a Terra, e pretende reconquistar sua glória capturando-os, além de dar uma lição nesses terráqueos atrevidos, graças ao fato de existir um traidor entre os fugitivos.


Depois, em uma página, somos apresentados ao planeta Soma-Syntex, que deu origem a um tipo de vida inteligente totalmente mecânica. Alguns suspeitam que sejam os descendentes de artefatos deixados por uma civilização desconhecida, mas o fato é que esse foi mais um planeta invadido pelos evronianos. É o mundo de origem de T99, outro dos fugitivos que tem certa semelhança com os moai da Ilha de Páscoa.


A bordo do Spcar, o Superpato tenta se fazer ouvir pelos fugitivos, mas T99 o ataca, e nosso herói é salvo por Darko e seus comandados. O líder das forças de Stahlburg diz que atacará no dia seguinte com todas as forças, o que não é do agrado do pato. Ao saber que o Superpato não se juntará a eles Darko afirma duvidar que ele é um herói, mas ele responde que é o militar que não sabe o que isso significa. Em seguida vemos mais uma página, explicando como alienígenas fofinhos podem ser perigosos, e outros de aparência terrível serem grandes artistas. E então descobrimos que o quarto e último fugitivo, Tarkoz, é um ergoniano, espécie que surgiu no mesmo sistema dos evronianos, daí sua relativa semelhança.


A Centurian chega no momento do grande ataque, e o Superpato se une à luta. Mas o cruzador evroniano novamente experimenta falhas em seus sistemas, e Argon decide enviar uma mensagem, dizendo que talvez perdoe o ataque a sua nave se os fugitivos lhe forem entregues. O almirante evroniano dessa forma pretende que os dois grupos não façam uma aliança contra ele.

Um chama o Superpato, e revela que captou uma mensagem da nave acidentada transmitida ao cruzador. Nosso herói parte então para conversar com os fugitivos. A discussão logo se transforma em uma batalha quando Kurg acusa Tarkoz, de ser o traidor, que inclusive transmitiu as coordenadas da Terra para Argon. Mas Superpato exibe a eles a gravação, e se torna claro que a voz é a do gigante. Ele passa a derrubar os demais, mas Yak se posta a sua frente, dizendo que ele não irá derrubar um amigo.


Argon recebe a mensagem de que seu elemento infiltrado está rumando para o cruzador, e recebe uma cápsula de fuga da nave acidentada. Mas, quando a Centurion se afasta, uma enorme explosão a bordo acontece. A cena muda para bordo do dirigível de Stahlburg, onde terráqueos e alienígenas se congratulam pela vitória. Kurg havia sido condicionado pelos evronianos por causa de sua mente simplória, mas o sentimento de amizade anulou aquele efeito. De novo, os evronianos foram derrotados por não terem a capacidade de entender os sentimentos. A história termina com Superpato e Um olhando as estrelas a noite, e os quatro fugitivos partiram para se unir a grupos rebeldes dentro do Império Evroniano. Nosso herói comenta que é bom saber que não estamos sozinhos.

Uma trama simples mas que traz uma bela mensagem de união contra um inimigo comum, além de pacifista e de respeito pelas diferenças. Como somente a boa Ficção Científica é capaz!

Extra! Na Topolino 3314 desta semana, o caríssimo Marco Gervasio concede uma entrevista, falando um pouco a respeito de sua próxima publicação naquela revista, uma história para celebrar os 50 anos do Superpato em 12 de junho, imperdivel!


E já ansioso, afinal o grande editor Paulo Maffia prometeu que essa HQ em breve estará também em uma das edições da Culturama!


Até a próxima!

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