quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Superpato Novas Aventuras parte 24

SUPERPATO 50 ANOS

PKNA 46 Nell'ombra


O lançamento deste número foi em 1 de outubro de 2000. Tem início em um distante planeta, com vários alienígenas reunidos em uma taberna que praticamente nada deve a uma famosa cantina, a de Mos Eisley. Um ancião afirma ser um contador de histórias, é ameaçado pelo barman, mas uma coisa que ele diz chama atenção de um dos clientes. Ele afirma conhecer a história do fim de Evron. E o frequentador interessado é ninguém menos que Zoster, que foi um importante cientista evroniano, e que conhecemos de PKNA 1 (conforme vimos na parte 3) lançado no Brasil como Sombras sobre Vênus, e também de PKNA 15 Motore/Azione, parte 10.

O ancião conta a história de Xadhoom, como ela derrotou o Império Evroniano e como se tornou uma estrela para ajudar seu povo. Zoster sai com um grupo variado de alienígenas. Enquanto isso, na Ducklair Tower, Superpato e Um analisam o dispositivo de armazenamento no qual a amiga xerbiana deixou registrada suas memórias. Nisso, Zoster interroga o ancião, que havia mencionado que as memórias de Xadhoom não estavam perdidas, e que ela possuía um aliado: o Superpato!


Nosso herói e Um tentam obter mais informações com uma projeção holográfica de Xadhoom a partir do dispositivo, mas a fala da xerbiana é enigmática. A caminho da Terra, Zoster discute com seus aliados, enquanto o ancião conta a uma mãe e seu filho a história de Xado, como ela era feliz em Xerba e amava as estrelas. Um continua a análise do cartucho de memória, mas um vírus nele embutido causa alguns problemas com os equipamentos da Ducklair Tower, acordando Donald.

Zoster participa de um ritual do líder dos alienígenas que o acompanham, enquanto é ativado algum tipo de esporo monstruoso, o último haga conforme lhe dizem. O monstro é lançado e começa a invadir a Ducklair Tower, Um experimenta um alarme e chama Donald, que entra em ação como o Superpato. O ancião prossegue sua história, descrevendo como Xado se tornou uma das mais importantes cientistas de seu mundo (onde todos são cientistas, aliás) e descobriu o amor com Xari. Nosso herói encontra e começa a batalhar contra os invasores monstruosos, mas ele e Um enfrentam uma dura prova já que são muitos.


O pato descobre que os invasores estão atrás do cartucho, tenta impedir que o levem, mas leva um tremendo choque. Os monstros conseguem seu intento, mas o Superpato, em um grande momento, se recusa a permitir que levem a última lembrança da amiga. Em uma lindamente desenhada página cheia de ação (a arte, aliás, é do grande mestre Disney Lorenzo Pastrovicchio) ele literalmente voa pelo labirinto da Ducklair Tower até seu objetivo, o hangar!

A bordo de sua nave, Zoster começa a decifrar o cartucho, enquanto o ancião conta como a maior descoberta de Xado chegou simultaneamente a maior tragédia possível, a destruição de Xerba com a invasão evroniana. Tudo que restou para a agora Xadhoom foi a vingança. O Superpato se aproxima da nave inimiga, que está sendo tomada pelo monstro haga, e combate seus tripulantes em seu velho estilo, e encontra finalmente o cartucho com as memórias da amiga. Porém, Zoster move a nave para perto do Sol, tendo aprendido todos os segredos transmitidos pela memória da xerbiana.


Voltando para casa na nave de Everett Ducklair, Superpato conversa com a projeção de Xadhoom e se alarma quando ela diz que deu ao evroniano Poder e Potência (o mote dessa raça, que depois se tornou o título do retorno do universo de Ficção Científica de nosso herói, na primeira história de Superpato Nova Era publicada no Brasil na Mega Disney 7). O evroniano, em uma sequência dramática de páginas, adquire os poderes inimagináveis da ciência de Xadhoom, prometendo fazer mundos se ajoelharem diante dele.

Nosso herói teme o pior, mas Xadhoom explica que poder é controle. Discernimento. É medido por força e orientação. E poder é também o seu oposto, e contém os germes de sua própria derrota. Então ela explica que o inimigo não possui nenhuma dessas qualidades. Nisso, o ancião repete essas mesmas palavras, enquanto Zoster, diante do poder sem controle, se desintegra.

Xadhoom obtém sua última vingança, contra seu último inimigo. O ancião termina sua história, dizendo que o último inimigo conheceu sua última derrota, e não irá retornar. À criança que pergunta ele responde quem sabe a moça um dia retorne, e explica para a mãe desta que ele conhece a história porque a viveu, já que a moça era sua filha. Com lágrimas nos olhos deseja que Xadhoom finalmente descanse. A projeção da amiga desaparece, e Superpato ruma para casa.


Uau! Nem seria necessário comentar, mas com certeza essa foi uma história emocionante e um digno final para a trajetória de Xadhoom em Superpato Novas Aventuras. Outras referências na história são do monstro alienígena, que lembra muito o Alien, e as cores da transformação de Zoster no final. Branco, vermelho e preto são também as cores da transformação alquímica, almejada séculos atrás. Finalmente, o momento da metamorfose do evroniano tem semelhanças com a que David Bowman experimenta ao final de 2001: Uma Odisseia no Espaço.

Um dos melhores da série sem dúvida! E vamos adiante!

PKNA 47 Prima dell'alba


Publicada em 1 de novembro de 2000, esta trama desenhada por Marco Gervasio representou outra despedida, desta vez a de Angus Fangus. Nosso herói encontra o repórter nas docas, e após uma agradável conversa com várias trocas de insultos, eles se separam. Nisso, pescadores em um barco no oceano observam um objeto vindo do céu cair na água, e dele emerge um alienígena muito semelhante ao Predador, já antecipado pela capa da edição.

Na página seguinte, estranhamente, vemos um sujeito com cara de poucos amigos conversando com um grupo de primatas que acaba de inventar a roda, com dinossauros ao fundo. Alguns reclamam dessa composição, que evidentemente contraria o que sabemos da paleontologia, já que os dinossauros foram extintos muito antes do surgimento dos primeiros primatas. Mas o fato é que já é um clichê clássico do cinema e dos quadrinhos, basta lembrar dos Flintstones!


Angus Fangus, nesse meio tempo, encontra o Câmera 9, que afirma que tem um furo para ele, mostrando uma maleta. Bandidos surgem bastante interessados no objeto, mas seus planos são atrapalhados por uma explosão. Superpato está lutando contra o alienígena, que se apresenta como Raznor, e evidentemente Angus fica todo animado pensando em como usar o que vê para suas habituais matérias contra o herói. O alien derruba um helicóptero da polícia e o pato se afasta para salvar os oficiais. Raznor então encontra Angus e Câmera 9, e os dois são salvos pela arma de dardos tranquilizantes dos bandidos. Após uma breve luta conseguem escapar também destes.

Outra cena do sujeito com os primatas antecede o contato do paralisado Raznor com sua nave, que emite um campo de energia que cerca as docas. Ninguém consegue entrar ou sair, e enquanto Um fala com Superpato surge novamente o alienígena para atacar o herói. A luta é duríssima e nosso pato recebe a improvável ajuda de Angus Fangus. Eles fogem, enquanto o alien retorna para sua nave.

Em cenas em flashback descobrimos que Raznor foi incumbido da tarefa de vir à Terra e obter um aparelho alienígena cuja função não é explicada. Na cena seguinte ele visita seu arsenal, em outra cena muito semelhante a algumas vistas nos filmes do Predador. Melhor equipado ele tem um novo confronto com o Superpato, que depois opta por uma retirada. Raznor aciona os sensores de sua armadura, e finalmente detecta o aparelho que está procurando.

Escondidos, Angus e Câmera 9 abrem a maleta e descobrimos que ela contém o dispositivo alienígena. Câmera 9 comenta que, a noite, tem o hábito de percorrer os subterrâneos de Patópolis filmando escondido os tipos mais estranhos e perigosos, pretendendo com isso um dia produzir um documentário. E ele descobriu negócios escusos de um conhecido tenente da polícia, da mais elevada reputação, com um criminoso muito conhecido. Bandidos subitamente confrontam os policiais, e na confusão Câmera 9 foge com a maleta, mas é seguido.


Os bandidos chegam nesse momento, e logo surge também Raznor. Os meliantes não são páreo para o alien, que em seguida ameaça a dupla. Superpato chega para o resgate, mas no confronto o dispositivo é acionado, e eles também vão parar em tempos pré-históricos. Descobrimos então que o sujeito que apareceu antes é Tod Buster, informante de Angus, e que primeiro havia descoberto o dispositivo alienígena. Após muita confusão o Superpato o aciona e eles voltam para seu tempo. Infelizmente para Angus nada foi gravado por Câmera 9, pois a bateria da câmera acabou, mas Buster comenta com ele que possui informações sobre falcatruas do mesmo tenente da polícia visto pelo Câmera 9. Arqueólogos descobrem estranhos desenhos rupestres de primatas perseguindo uma criatura desconhecida, e nossos heróis são brindados por um belo nascer do Sol.

A história é divertida, e vemos como Angus desenvolveu até um carinho, bem a seu modo, para com o Superpato. A atmosfera da aventura varia grandemente conforme as cenas, trazendo até alguns momentos dignos de detetives noir, e brincando com o mistério do conteúdo da maleta.

E antes de encerrar, mais novidades sobre as publicações de quadrinhos Disney! Quem acompanha o blog deve ter lido a respeito das notícias da sequência das séries de encadernados em capa dura que a Panini já está lançando, e que eram publicadas pela Abril. Mais recentemente, o tradutor e editor Marcelo Alencar confirmou a informação, postada no grupo Disneyanos do Facebook, de que um dos próximos encadernados será de Fantomius! Já existe inclusive o ISBN e outros dados:


Conforme Marcelo Alencar ainda comentou o autor da série, Marco Gervasio, adorou a capa feita pelo artista Fábio Figueiredo, que inclusive postou a seguinte imagem em sua página no Facebook:


Onde será que já a vimos anteriormente?

Com 236 páginas, o volume em capa dura com As Espantosas Façanhas de Fantomius – Ladrão de Casaca, trará ainda de acordo com Marcelo Alencar oito dos episódios do mestre Marco Gervasio. Sim, amigos, é o primeiro, outros virão, e cada um terá também textos extras e desenhos do autor. Vale ainda lembrar que foi Marcelo Alencar o responsável por textos extras que saíram na antológica edição Superpato – O Legado da Abril em 2013, quando da publicação das primeiras histórias de Fantomius no Brasil, além de ter sido o responsável pela tradução das histórias do universo de Superpato Nova Era que saíram na Disney Big nos últimos tempos da Abril.

Mais excelentes notícias para os fãs dos quadrinhos Disney, que andavam muito nostálgicos a respeito das grandes histórias, grandes aventuras e grandes sagas protagonizadas por esses personagens inesquecíveis. Marcelo Alencar ainda deu a entender que o universo PK, precisamente o que analisamos neste especial do Escritor com R, pode igualmente ser publicado pela Panini. Ainda não ficou claro se será a fase Novas Aventuras, de que tratamos aqui, ou das histórias mais recentes da fase Nova Era.

Mas o que importa mesmo é que as grandes aventuras Disney estão voltando!

Semana que vem, a parte final deste especial Superpato 50 Anos!

Até a próxima!

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O Halloween


O grupo de adolescentes vinha batendo à porta de todas as casas da rua, gritando o bordão “gostosuras ou travessuras”. Chegaram finalmente àquela casa antiga, com ar de mansão mal-assombrada. Vultos eram visíveis pelas janelas acesas, através das espessas cortinas. O grupo bateu na velha porta de madeira, enquanto lá dentro se ouviam vozes:

- Bob, cacete, se esconde seu zé-ruela! Eles vão reparar nesse seu cabeção se ficar parado na frente da janela!

- Joca, sua finesse intelectual me surpreende... Só falta dizer que vai atender a porta...

- Mio-o-o-lo... – disse uma voz tenebrosa.

A turma deu de ombros, confiante que haviam chegado a uma festa de Halloween, e se animaram diante do que parecia mais um saque bem sucedido. Bateram de novo e repetiram “gostosuras ou travessuras”. 

O que houve a seguir foi absolutamente inesperado. Do velho lustre que pendia do pequeno telhado sobre a porta de entrada saiu um cone de luz muito brilhante, e no mesmo instante os adolescentes se viram em outro local. Assustados se agarraram uns aos outros buscando proteção, e começaram a gritar diante das três figuras que os observavam.

Joca, o lobisomem, abriu as imensas mandíbulas e abocanhou o rapaz com fantasia de esqueleto. O alienígena cinza Bob olhou os recém chegados com as mãos nos bolsos da bermuda de surfista e voltou a dirigir-se para a mesa, onde um homem nu estava preso por correias e amordaçado. Já Zé, o zumbi, disse:


- Mio-o-o-lo...

E avançou contra a namorada do jovem fantasiado de esqueleto, começando a devorá-la sem se importar com seus gritos.

Vanda, a bruxa morena vestida com um tubinho preto e botas até o joelho, ergueu o o rapaz fantasiado de zumbi com o poder de sua varinha e o jogou no caldeirão onde uma poção verde-gosma borbulhava. Já a namorada desse infeliz, que usava caninos postiços se fazendo de vampira, foi agarrada por Nicolas, vampiro que nesta noite se vestia de motoqueiro, camiseta branca e calça jeans, além da jaqueta de couro, já mandando um xaveco típico e batido:

- Olá, a menina vem muito aqui? – ao mesmo tempo em que mostrava os dentes.

Denis, o serial killer, observou por um momento os amigos ocupados em seus afazeres, e voltou em seguida a dedicar sua atenção à vítima amarrada com fita adesiva a sua mesa:

- Pois é, caro ex-ministro Horlando Silveira, suas falcatruas e as dos seus pares, que custam bilhões dos impostos que o povo sofrido é obrigado a pagar, com certeza ceifam mais vidas que eu e meus amigos aqui... Veja estas reportagens, mortos nas filas dos hospitais, favelas proliferando na imundície, crianças sem escolas... Quem são os verdadeiros monstros, nós ou os responsáveis por tais calamidades, ou seja, vocês políticos? Eu poderia perguntar o que tem a dizer a respeito, mas este não é um julgamento, e sim uma execução.

Denis observou a comprida e afiada faca, enquanto o amordaçado Horlando lutava contra as amarras, desesperado com o fim chegando. O serial killer perguntou ao gray:

- Ei, Bob, tem certeza que encerrou com este aqui?

O alienígena se aproximou, postando-se junto à ponta da mesa, e tamborilando o crânio do ex-ministro:


- Caro Denis, já estudei o cérebro deste corrupto por tanto tempo quanto minha paciência permitiu, e devo dizer que não pude tirar muitas conclusões. São incompreensíveis os motivos deste indivíduo! Diante de tantos malfeitos, por exemplo, não apenas jurava inocência, como tentava fazer parecer que eles eram, na verdade, virtudes, passos necessários para o bem do povo ao qual servia. Muito peculiar... depois “céticos” como você, Kaijiro, perguntam qual o interesse que nós alienígenas podemos ter em relação a Terra! Este fenômeno é um grande desafio para nós!

Kaijiro Matsuda lutou contra as amarras que o prendiam à mesa, mas estava agora de bruços e com um instrumento peculiar introduzido em um lugar nada confortável. Denis aproveitou para perguntar:

- Bob, em primeiro lugar, os aspas quando disse “cético” pareciam quase visíveis. Não é o caso desse aí?

- Claro que não, meu caro Denis! Nosso amigo Kaijiro Matsuda é líder de uma comunidade cujos membros dizem ser céticos, mas que na verdade não estão minimamente interessados no debate! Querem é desmentir tudo e abafar os fatos, por ego, vingança, futrica ou coisa parecida.

- Aposto que esse frosô não vai mais dizer que você não existe, né, Bob? – perguntou Joca roendo um fêmur.

- Nunca podemos subestimar a estupidez humana, caro licantropo – respondeu Bob. – Mas até por isso não apliquei a meu amigo Matsuda aqui o apagador de memória. Faço questão de que se lembre de tudo!

Kaijiro tentou berrar contra a mordaça, sem sucesso. Zé, ainda lambendo o cérebro da vítima, disse:

- Mio-o-o-lo...


- E em segundo lugar – retomou Denis – qual é a dessa sonda anal? Para que serve?

Bob deu uma risadinha, apoiou o cotovelo na mesa, e a cabeça grande e oval na mão de quatro dedos, respondendo:

- Caro Denis, vou contar um segredo: para nada! Como dizem os terráqueos, é pura sacanagem mesmo, um arremate especial de um processo de abdução para quem merece, certo, Kaijiro? Eu e meus compatriotas tivemos a idéia depois de os terráqueos começarem a criar lendas urbanas a respeito.

O falso cético tentou berrar de novo, sem sucesso. Bob completou:

- Também fiz uma sondagem bem caprichada no Horlando aqui, que pareceu gostar bastante!

Ele e Denis riram, enquanto o ex-ministro se debatia. O serial killer finalmente se posicionou, ergueu a faca, e a enterrou no coração do corrupto. O sangue logo escorreu pela mesa, começando a cair ao chão recoberto por plástico. Vanda, ainda mexendo a mistura no caldeirão, disse:

- Denis, querido, não se esqueça que preciso da cabeça, hein? Esta poção necessita de cérebro fresco de corrupto!

- Mio-o-o-lo – disse Zé.

- Ah, não dá! – reclamou Nicolas. – Garota, para sua informação, se fantasiar de vampira, mas usar uma camiseta do Justin Bieber, não funciona nem neste e nem em nenhum universo! Aí, Zé, tá a fim?

- Mio-o-o-lo – respondeu o zumbi.

- Ah, sobremesa, você fica com o mio-o-o-lo e eu com o resto, Zé – riu Joca.

Zé bateu o crânio da menina no chão como se fosse um coco, e depois sorveu a iguaria que tanto apreciava produzindo uma trilha sonora de muitos “SCHLEPT” e “SLURP”. Joca por sua vez avançou nas tripas, miúdos, e depois palitou os dentes com o antebraço da menina, enquanto perguntava para Nicolas:

- Mas e aí, ô do sanguinho, por que diacho não quis a menina?

- Já disse, cachorrão, vampira fã de Justin Bieber não dá!

- Esse Justin Biba é aquele frosô que a mina da semana passada estava ouvindo?

O vampiro fez um ar de enfado, suspirou e respondeu:

- Esse mesmo. O que passa como música hoje em dia?! Ainda lembro dos show dos Beatles em Liverpool, e do Elvis em Los Angeles. Aquilo era música! E suas fãs eram especialmente suculentas...

- Mio-o-o-lo – disse Zé lambendo os beiços.

Bob, por sua vez, acionou alguns comandos depois que parte de seus instrumentos deixou de funcionar, e apanhou a arma de raios apontando-a para uma criatura de pele escamosa, grandes olhos e garras, e que saiu correndo e rindo, dizendo com voz esganiçada:

- Gizmo, caca!

No instante seguinte o ser explodiu diante da descarga da arma de Bob, que praguejou:

- Malditos Gremlins! Por pouco não desativam a camuflagem de casa mal assombrada de minha nave!

Depois de se acalmar, Bob aciona mais alguns comandos, e uma luz se acende sobre Kaijiro. O “ceticuzinho”, como o alienígena o chama, desaparece, e ele comenta:

- Pronto, devolvido, quero ver o que ele vai escrever em seu fórum da Internet depois dessa!

- O abestado deve ter ficado fulo, hahahaha – riu Joca. – Ei, Bob, e as roupas do cabra ali no canto?

Bob olhou para onde o lobisomem apontou, deu de ombros e respondeu:

- Que coisa, esqueci... depois jogo no reator da nave. Só o teletransportei para uns quatro quarteirões da casa dele, não será problema.

Nicolas ainda estava sentado no sofá todo largado, e Joca sentou-se a seu lado, dizendo:

- Ô, Nicolas, deixa de ser frouxo, homem! Largou uma menina toda gostosinha só porque ela gosta de cantorzinho que significa?

O vampiro cruzou os braços, olhou para Joca, e se manteve com cara de emburrado. Depois finalmente respondeu:


- Lobisomem caipira ninguém merece! Escuta aqui, Joca, nós vampiros temos classe e finesse, não basta ir enfiando os dentes, não! A sedução e o mistério fazem parte de uma boa caçada. São o tempero de uma farta e sangrenta refeição! A vítima, no fundo, tem de querer que suguemos seu sangue, entendeu?

- Pois o sanguinho dela tava bom demais, sô! E o resto também, hehehe – disse o lobisomem soltando um arroto caprichado.

Vanda apanhou a cabeça de Horlando Silveira, mas Denis fez questão de abri-la para a bruxa. Com um golpe certeiro o cérebro ficou exposto, e a bela morena o apanhou, comentando com uma expressão de asco:

- Eca, não é o primeiro cérebro humano, ou quase, que uso em uma poção, mas isto não deveria cheirar assim!

- Mio-o-o-lo – disse Zé, fazendo cara de criança a quem é negado um presente, quando a bruxa jogou o cérebro no caldeirão.

- Pois é, até nisso os corruptos se mostram diferentes, não é mesmo? – disse Denis abraçando a bruxa por trás. Nicolas, que se revezava com o serial killer na preferência dela, não tentou disfarçar o ciúme.

Vanda beijou a bochecha de Denis e fez com que ele a largasse, continuando a mexer a poção com um comprido bastão. Disse:

- Mas retomando o que vocês conversavam, verdade, meninos, a decadência dos humanos é algo espantoso! Vejam só nosso próprio caso, criaturas sobrenaturais e alienígenas, ninguém mais tem medo da gente! Viramos motivo de diversão, personagens da literatura, lendas urbanas, teorias da conspiração...

- O que está querendo dizer? – perguntou Bob.

- Quero dizer, cabeçudinho – respondeu a bruxa – que me assusto com isso. É verdade! Vejam o caso deste pulha, Horlando Silveira, por exemplo. Como Denis bem colocou, indiretamente ele e seus comparsas, e também colegas da política, mataram muito mais gente que nós. Bem mais!


- E aí, boniteza? – quis saber Joca.

A bruxa largou o bastão, fechou o caldeirão e tirou as luvas, examinando a roupa para ver se não havia respingado. Depois dirigiu-se à poltrona vermelha, cujo revestimento de couro era artisticamente costurado em grandes gomos, os saltos altos das botas produzindo um agradável som a cada passo. Sentou-se, dando uma cruzada de pernas digna de Sharon Stone, e fez pose como se fosse a rainha daquele clube. Olhou para os amigos e finalmente respondeu:

- O que quero dizer é que tudo, absolutamente tudo que os humanos fazem, tem se tornado a cada dia menos inspirado, menos vibrante, e cada vez mais sem imaginação, medíocre mesmo! Minha amiga, Magali...

- Você sabe que a Magali é doida, né? – disse Nicolas. – Para quê uma bruxa precisaria de uma coleção de bolas de cristal, e outro tanto de baralhos de tarot? Essa mania de prever o futuro... Ela não tem se saído melhor que aqueles malucos, profetas do juízo final que ganharam o Ignobel esse ano!

Vanda o fulminou com um olhar penetrante, cruzou os dedos onde reluziam as unhas pintadas de esmalte vermelho berrante, e disse:

- Nicolas, meu vampirão gostosão, a questão não são as  previsões de Magali, mas o pano de fundo delas. Todos esses sinais, a mediocridade reinante, e nem preciso lembrar-lhes da classe política deste país, com quem nosso amado Denis faz um trabalho brilhante... – o serial killer sorriu para ela nesse momento – Quero dizer que tenho consultado minhas fontes, e algo parece estar mesmo se aproximando!

- Abestagem, fofa – disse Joca.

- Besteira! – discordou Nicolas.

- Não tenho opinião formada, e de qualquer jeito, matéria prima para fazer meu trabalho certamente nunca irá faltar – disse Denis alisando a faca.

- Mio-o-o-lo – concordou Zé.

- É claro que, entre os humanos – comentou Nicolas – existem monstros muito piores do que nós. Sempre existiram, e o mundo até hoje não acabou por isso. Veja o caso de Denis, por exemplo. Claro que ele presta um serviço público, mas seus atos não seriam aceitos pela lei humana. Sem ofensas, meu caro!

- Sem problema, amigo – disse Denis sorrindo, terminando de guardar suas mortíferas ferramentas.

- Pois é o que penso – reagiu Vanda. – Provavelmente até nós teremos com o que nos preocupar em 2012.

- Minha cara, não se preocupe. Não há nenhuma invasão alienígena programada para 2012, asseguro.

Vanda cruzou os braços, olhou para o gray e perguntou:

- E quem aqui falou de invasão alienígena, Bob? O que quer dizer com isso?

Com expressão de menino sendo pego fazendo alguma travessura, Bob olhou para Vanda, depois para os amigos, e finalmente voltou-se para sua tela holográfica, desconversando:


- Então... parece que a ronda dos aborrecentes caçadores de doces terminou.

- Eu soube que ia rolar um concurso de cosplay na praça aqui perto – comentou Denis.

- Poderíamos ir lá – animou-se Vanda.

- Ah, sim, ninguém iria reparar em nós – ironizou Nicolas.

- Pois seu abestalhado, não iam mesmo! – respondeu Joca.

- Isso é lógico, com todos fantasiados, poderíamos nos misturar à multidão sem problemas – comentou Bob.

– Viu? Até o Spock aí concorda! Tá a fim, sua boniteza?

O lobisomem ofereceu o braço para a bruxa, que aceitou depois de vestir um sobretudo, e ambos saíram em direção a porta. Zé foi atrás:

- Mio-o-o-lo...

Denis, Nicolas e Bob olharam um para a cara do outro, e decidiram acompanhar o resto do grupo. Saíram para a noite, enquanto passavam por eles crianças barulhentas com os pais, adolescentes com as mais variadas fantasias, e pessoas normalmente vestidas que só queriam ver o movimento.

- Fantasia legal, moço! – disse para Bob um menino que passou correndo. O garoto cutucou os amigos que acompanhava, e todos olharam para o alienígena sorrindo, levantando polegares em aprovação.

- Já esses dois – disse um dos moleques, apontando para Nicolas e Joca – que fantasias fraquinhas...

- A bruxa está gostosa, olha só – aprovou um terceiro.


Vanda, satisfeita, ajeitou os seios dentro do vestido muito justo, arrumando a gola do sobretudo que deixava o decote bem a mostra. Com o casaco fechado somente até a cintura, suas esculturais pernas calçadas nas longas botas sobressaíam enquanto andava. Depois de acompanhar Joca para fora ficou um pouco com Nicolas, e já estava de braço dado com Denis, que apenas sorria.

- E você, moço? – quis saber o menino que elogiara a “fantasia” de Denis.

- Ah, eu estou de serial killer, sabe, eles se parecem com pessoas normais.

- Tá bom – o garoto deu de ombros e correu para junto dos amigos. Deu uma olhada em Zé, que se arrastava atrás do grupo, mas não pareceu gostar do zumbi, que dizia:

- Mio-o-o-lo...

- Crianças de hoje em dia, não apreciam a classe, tudo tem que ser o mais espalhafatoso possível! – reclamou Nicolas.

- Esses moleques estão muito folgados, deveria dar é um corretivo nessas pestes! – revoltou-se Joca. O lobisomem ergueu as orelhas, e instantes depois disse:

- Acho que é lá na frente...

Os monstros chegaram a uma grande concentração de pessoas na praça. Um palco havia sido montado, e quem estava fantasiado ali subia para fazer algum tipo de apresentação.

- Pelo visto o concurso de cosplay já começou – disse Denis.

- Os pretensos vampiros presentes são uma ofensa à minha venerável raça – reclamou Nicolas.

- Se eu cruzar com um lobisomem frufru descamisado, o cabra vai lamentar o dia em que nasceu  - prometeu Joca.

- Que pena, nenhum alienígena, temo que assim eu acabe chamando muita atenção...

Os temores de Bob se mostraram verdadeiros quando os mesmos garotos se aproximaram correndo e o puxaram, praticamente o obrigando a subir ao palco. O gray não teve escolha a não ser ficar ali, enquanto muitos aplaudiam pedindo que fizesse uma apresentação.

Vanda e Denis ficaram preocupados, mas Joca uivando, e Nicolas aplaudindo, incentivaram o visitante a prosseguir. Zé, por sua vez, observava com expressão confusa os fantasiados de zumbis, dizendo:

- Mio-o-o-lo...

Bob, vencido pela insistência, finalmente disse:

- Caros terráqueos, é um prazer estar entre vocês nesta tenebrosa noite de Halloween. Preparem-se para ser abduzidos!

Ele apanhou sua arma de apagar mentes, apontando para a platéia que aplaudia entusiasmada, alguns gritando “já ganhou”. No último instante Bob decidiu não usar o instrumento, guardou-o e deu um pequeno aceno como despedida.

- Não tem medo de que os terráqueos ameacem sua missão? – perguntou Vanda quando o gray voltou para perto deles.

- Nem um pouco, minha cara. Como sabe é muito fácil para mim ler as mentes terráqueas, e todos acreditam que sou mesmo alguém fantasiado. Gravei todas as informações com meu dispositivo de vigilância, e elas talvez se revelem úteis – encerrou, apontando para o medalhão também de surfista que pendia de seu pescoço.

Uma garota vestida de bruxa subiu ao palco e, fazendo às vezes de apresentadora, anunciou o último grupo da noite. Um trio de jovens surgiu, uma garota em roupas normais de adolescente, um rapaz musculoso de calça jeans e sem camisa, e um outro jovem com maquiagem pesada que clareava bastante sua pele. A menina começou:

- Oh, Jacobi, eu gosto de você como amigo, mas amo o Edwaird!

O moço sem camisa agarrou o braço dela dizendo:

- Ele é um vampiro, e vai machucar você!

O outro garoto empurrou o primeiro, dizendo:

- Você não pode interferir no que existe entre mim e Bellah, lobisomem!

Nicolas e Joca se entreolharam, abriram caminho entre a platéia e subiram ao palco. A apresentadora protestou:

- Ei, o que estão fazendo? O concurso é somente para quem estiver com fantasias caprichadas!

- Ah, mesmo? – Nicolas cruzou os braços e ficou encarando a menina.

- Não gosta da gente, é guria? – perguntou Joca.

- Ei, é nossa vez aqui, ô, mané! – o “Jacobi” do trio já chegou empurrando o ombro de Joca. O lobisomem olhou seu falso congênere e disse:

- Seu lobisomem descamisado e abestado de araque, se encostar de novo...

- Vai fazer o que, mané, com essa máscara ridícula?

“Edwaird” também resolveu mostrar sua “macheza”, cruzando os braços e encarando Nicolas, dizendo:

- E você, que coisa ridícula! Vampiro de jaqueta de couro e com presas, ah, vá, que coisa mais out e fora de moda! É um mané também!

Nicolas o encarou também, enquanto o outro rapaz empurrou Joca mais uma vez, e os demais ficaram olhando. O lobisomem só olhava para o pulha, e suas orelhas tremiam de indignação pela afronta. O garoto estendeu o braço mais uma vez dizendo:

- E aí, mané, calou a boca?

No mesmo instante Joca abocanhou o braço, arrancando-o como se fosse de papel. O sangue jorrou forte, e por alguns momentos o silêncio só foi quebrado pelos gritos de dor de “Jacobi”. A seguir, todos começaram a berrar em pânico e correr desordenadamente para todos os lados.


Bob quase foi derrubado pela apresentadora, que corria como se Joca estivesse atrás dela. Mas o lobisomem jogou o braço do moleque atrevido no chão e avançou contra ele, terminando o serviço.

Nicolas agarrou a menina que interpretava “Bellah”, dizendo:

- Agora vai conhecer um vampiro de verdade, e não essa fadinha delicada e purpurinada!

Enterrou com vontade as presas. “Edwaird” berrou histericamente e saiu correndo, e depois de largar a menina, Nicolas saiu trás dele, dizendo:

- Não esqueci de você não, moleque, deixa eu te mostrar como um vampiro autêntico e com presas faz, venha cá, venha!

Minutos depois, os monstros andavam até em casa.

- Ainda bem que o ataque de Joca espantou o restante das pessoas – disse Bob. - De todo modo, as poucas cenas porventura gravadas por alguém vão acabar na Internet. Vi muitas câmeras e celulares funcionando.

- A coisa mais fácil é fazer truques com o computador, todos dirão ser uma fraude – comentou Denis.

- Mio-o-o-lo... – disse Zé, parecendo satisfeito pela refeição que teve no meio da confusão.

- Lobisomem descamisado é o  fim da picada! – reclamou Joca. – Essa gente abestada precisava mesmo de uma lição!

- Acredito que restauramos nossa reputação – comentou Nicolas.

Vanda ia comentar alguma coisa, quando parou subitamente ao ouvir algo. Os demais iam perguntar, mas ela fez sinais para pedir silêncio. Os murmúrios vinham de trás da cerca de uma casa, e ela caminhou para lá cautelosamente.

Os demais a seguiram, e todos puderam ouvir as palavras:

- Molokhai... maledictum... Nosferatus...materializandus corporalis... Diabólicus! Blasfemum! Abominabilis!

- Mio-o-o-lo... – disse Zé.

Gritos abafados foram ouvidos, e logo três meninas apareceram exibindo expressões assustadas. Uma delas disse:

- Vanda! Tudo bem? Que susto.. ei, que legal a fantasia de zumbi do seu amigo!

- Oi, Laurinha... pessoal – disse Vanda virando-se para os amigos – essa é Laura, uma amiga minha, e suas amigas.

- Que fantasias legais! Eu sou Michele.

- Olha que lobisomem e vampiro legais! Meu nome é Amanda.

Nicolas e Joca ficaram se “achando”, e o vampiro disse, dirigindo-se a Vanda:

- E você dizendo que a humanidade estava em decadência... anda existem aqueles humanos que nos têm em alta conta! Obrigado, minhas jovens!

- Mas o que estavam fazendo, Laura? – perguntou Vanda.

- Ah, estávamos lendo este livro, comprei essa semana em um sebo – respondeu a menina. – Tudo a ver com Halloween, né?


Vanda observou o grande volume exibido com orgulho pela menina, e subitamente sua expressão mostrou susto e medo. No mesmo instante raios e trovões encheram o ar, nuvens negras revolutearam sobre o lugar onde estavam, e uma imensa sombra surgida atrás deles percorreu o chão, finalmente cobrindo a todos de forma ameaçadora.

Eles se viraram, e Vanda constatou que o livro de Laura não era uma publicação qualquer. Aproximou as mãos, fazendo crescer um vórtice de energia mística azul diante do peito, enquanto dizia:

- Queridos, acredito que ainda teremos trabalho neste Halloween...

Bob apanhou o controle remoto da nave, acionando o comando de prontidão máxima de combate. Denis, que adorava crianças, afastou as meninas enquanto Joca e Nicolas se preparavam para a luta contra a presença gigantesca que se aproximava. Zé disse apenas:

- Mio-o-o-lo...


Escrevi esta peça em 2011, e espero que tenham gostado, especialmente da fusão de elementos. Fantasia, ficção científica, horror... e toda a diversão do Halloween, claro.

E, se o leitor me permite sugerir, se seu negócio é ficção científica, fique com A Lista: Fenda na Realidade.

Alienígenas? Sem problemas, confira Filhas das Estrelas.

Prefere fantasia, horror, folclore? Experimente Vó Nena e os Caçadores: O Fusca Azul.

E claro, tenha um horripilante e muito divertido halloween! Ou Dia do Saci, , opções não faltam.

Até a próxima!

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Superpato Novas Aventuras parte 23

SUPERPATO 50 ANOS

Como na parte anterior, esta também é aberta com notícias, e são muito boas! Quem acompanha as redes sociais deve saber que a editora Culturama tem sido alvo de algumas críticas, especialmente no tocante á distribuição das edições e a escolha das histórias nelas publicadas. O problema da distribuição está sendo resolvido, e o fato é que o trabalho de sua equipe tem sido muito bom e digno de elogios. E essa casa editorial, finalmente, está pagando uma dívida com os fãs já que está lançando, depois de uma longa espera, o Grande Almanaque Disney número 2. E que edição!


Quem acompanha o Escritor com R já viu a imagem dessa capa antes, na parte 16. E, corrigindo o que ali foi postado, é a arte da Paperinik 30. Conforme o site da Amazon, o Grande Almanaque Disney 2 está em pré-venda, e traz a versão brasileira da história Topolino e il castello sulla Luna, que saiu nas Topolino 3321 e 3322. É uma HQ especialíssima, para celebrar os 50 anos do pouso lunar da missão Apollo 11 da NASA, e a revista trará ainda um texto com 50 curiosidades a respeito desse histórico evento.

Além dos demais materiais publicados na edição, o outro grande destaque, como a capa deixa claro (e esperamos que esta seja mantida), são os 50 anos do maior herói da Disney! Para tanto, finalmente sendo publicada no Brasil, estará nas páginas do Grande Almanaque Disney Superpato, Tudo Começou Assim, do artista italiano Marco Gervasio.

Já a mencionamos aqui também na parte 16 deste especial, sendo sua primeira publicação na Topolino 3316. Tivemos acesso a essa história, e garantimos: vai valer muito a pena!


Aliás, se posso aqui fazer um pedido, é que o Grande Almanaque Disney 2, ao contrário do número anterior, chegue à maior quantidade de bancas possível.

Quero manifestar os maiores agradecimentos à Culturama e ao amigo e editor Paulo Maffia por finalmente publicar o Grande Almanaque Disney 2, e cumprir a promessa de apresentar para o público brasileiro essa HQ de Marco Gervasio. Torço muito para que seja, afinal, a retomada da publicação das grandes histórias, das grandes aventuras, e das grandes sagas que me fizeram voltar a ler os quadrinhos Disney nos últimos anos da Abril. Os fãs merecem!

Speciale 00 Super


O último especial de Paperinik New Adventures foi publicado em 1 de agosto de 2000. Se os especiais anteriores, especialmente o de 99, trouxeram histórias bastante dramáticas, este pelo contrário prima pelo humor, trazendo uma série de histórias curtas que satirizam a noção de super-herói.

Em Smascherato o Superpato conversa com um leitor, realizando a famosa quebra da quarta parede, a respeito da importância de ter uma identidade secreta. Depois de alguns exemplos divertidos, incluindo uma brincadeira com Superman e Lois Lane,  vemos nosso herói dando um exemplo prático, em uma ocasião na qual parece que Angus Fangus descobriu algo importante sobre Donald. O pato, preocupado, comenta o drama com Um, que providencia um androide a sua imagem e semelhança, mas com um cérebro positrônico limitado. A I.A. diz que ninguém notará a diferença, e tudo vai bem quando Donald e a máquina se apresentam para o jornalista. Até o momento, claro, em que surge um evroniano para sequestrar Fangus. Uma rápida e imperceptível troca de roupas e esse problema é resolvido. E no fim, Angus só queria saber quem roubou os donuts de sua gaveta.

Logistica-mente começa com um blecaute atinge Patópolis, e nosso paladino precisa de seu traje heróico a fim de impedir que meliantes se aproveitem do fato. Contudo, coincidentemente houve um problema com subrotinas do software de Um, e enquanto roda o diagnóstico ele não tem como trazer a roupa do Superpato para Donald. O pato pergunta onde está, e a I.A. responde que trabalha da mesma forma que um computador pessoal, fracionando as informações em partes ao longo de todo o sistema de armazenamento de memória. Da mesma forma, as peças do traje estão espalhadas por toda Ducklair Tower. Nosso herói precisa percorrer o edifício realizando várias tarefas paralelas, como ensinar o caminho a um visitante, tentar ajudar policiais que procuram um ladrão, participar de um encontro e driblar o ego de Mike Morrighan, jornalista do 00 Channel. No fim, após uma série de coincidências, os guardas prendem o ladrão e o encontro é realizado.


Dalla A alla zebra versa sobre a importância das frases de efeitos dos heróis, e sua importância fundamental para as histórias. “A palavra é tudo”, diz nosso herói, descrevendo várias situações, das mais insólitas às mais dramáticas, e como é fundamental a escolha das melhores frases para cada uma.

Em La dura legge del West é revisitado o velho clichê das histórias do Velho Oeste, sobre como o gatilho mais rápido sempre tem que repetidamente enfrentar quem deseja tirar seu título. Com super-heróis é a mesma coisa, e o Superpato tenta as mais variadas estratégias para combater os vilões que chegam a Patópolis vindos de todos os cantos do país. De seus tradicionais truques a armaduras até um insólito concurso, vale tudo!

Scelta morale traz novamente a presença de Lord Walrus, que vimos no especial Zero Barra Uno na parte 12. O atrapalhado vilão tenta um novo plano e se dá mal novamente, mas desta vez pergunta se, como os super-heróis existem para fazer todos felizes, ele como super-vilão não está feliz. Ecos do detestável politicamente correto em uma sátira muito divertida, e depois da pressão de populares Superpato concretiza uma estratégia com Um para que o vilão fique feliz, e tudo acaba bem.

O especial termina com Teorie e pratica del supereroe, no qual nosso herói recebe a visita de Joder, mestre de artes marciais de outra dimensão que o ensina sobre ser um herói trazendo de outras realidades uma série de vilões.


Como destaque final, este especial chegou ás bancas acompanhado de uma agenda, intitulada Quarantena, cuja capa trazia uma imagem linda e muito sexy de Lyla. Não é a toa que nosso herói comenta com Um, ao final de O Vento do Tempo (número 0/2 da série e que aqui saiu no antológico especial da Abril As Novas Aventuras do Superpato – A Origem, que “como pata, ela é muito gata”. E até Um queria o telefone da jornalista e androide, aliás!

PKNA 45 Operazione Efesto


Publicada em 1 de setembro de 2000, a edição começa com o tenente McCoy invadindo o Departamento 51 a fim de roubar informações. Quem leu a parte anterior recordará que na verdade McCoy é o último evroniano na Terra, Grrodon. Ele pretende vender os segredos roubados para a Belgravia, alterando o equilíbrio de poder já que um mundo mais confuso é um mundo mais fácil de dominar.

Mas os militares chegam e o prendem, não sem antes Groodon ou McCoy ter enviado os segredos roubados para a Belgravia. Trinta dias depois, após apanhar alguns meliantes, o Superpato é chamado pelo PBI, e lá encontra mary Ann Flagstarr, sua chefe Alma Courier e o general Clint Westcock. O militar narra a nosso herói o roubo de informações, especialmente do dispositivo de memória de Xadhoom que o Superpato confiou a ele em PKNA 44 Sul lato oscuro (confira na parte anterior). Courier comenta que detectaram atividade incomum na Belgravia logo depois desse roubo, não sancionada pelo presidente Nestor Grimka, e também fala da tentativa de sequestro de seu filho Grigorji, estudante nos Estados Unidos (claro que os leitores sabem que Patópolis fica em Calisota, costa oeste dos EUA).

Eles sabem ainda o nome do projeto: Operação Efesto. E sugerem que o Superpato se disfarce de Grigorji, viaje até a Belgravia e desvende a trama. Nosso herói chega ao distante país presumivelmente do leste europeu, e apesar de algumas falhas no dossiê que lhe foi transmitido a fim de personificar o filho do presidente, consegue se passar por ele com poucos incidentes. Ljuba Gastropova, noiva do verdadeiro Grigorji, é uma das lacunas e cria um problema temporário para o pato quando este demonstra não conhecer uma de suas características. E quando Ljuba demonstra ciúmes da chefe de segurança do palácio, Agnes Korba.

Após um contato com Um, o Superpato segue disfarçado para a ala leste do palácio, um local de segurança máxima. Antes, descobre um porta-retrato com a foto de Ljuba, mas por baixo desta está colada uma imagem de Agnes. Disfarçado como Grigorji nosso herói chega à instalação secreta somente para descobri-la vazia, mas atrás de uma porta trancada encontra Nestor Grimka em trajes civis. A confusão chega ao ponto culminante quando o Grimka em trajes presidenciais chega com uma escolta armada, e então revela ser na verdade Oberon de Spair, agente da Belgravia que vimos anteriormente em PKNA 21 Tyrannic na parte 12.


De Spair revela que tomou o lugar de Grimka após o presidente negar-lhe os códigos dos armamentos nucleares do país. Este e o Superpato são levados até uma instalação na Ilha de Hornsküll, sede da Operação Efesto. Lá também encontram seu líder científico, Morgan Fairfax, o cientista mais maléfico de toda a série, já conhecido desde PKNA 4 Terremoto (Superpato Novas Aventuras 3 Terremoto, da Abril, que vimos na parte 4) e na já mencionada PKNA 21 Tyrannic. Superpato e Grimka são presos em uma jaula, baixada até o poço do Indutor de Polaridade, o enorme equipamento que é o centro da Operação Efesto.

Graças ao escudo X-transformers e seu comando densomórfico, os dois escapam e o presidente explica ao herói que os dados enviados por McCoy descreviam uma forma inédita de energia, a receita para desenvolver um potencial destrutivo de poder inimaginável. Perigoso demais, conforme Grimka. “Pensei que esse fosse seu negócio”, retruca o Superpato, ao que o presidente responde que seu país produz armas, terror e destruição, mas devastação global não o interessa. Políticos...

Para produzir e controlar essa energia Fairfax desenvolveu o indutor de polaridade, e a fim de alimentá-lo precisavam do urânio de algumas das ogivas do arsenal da Belgravia. Como Grimka se negou, os conspiradores tomaram o poder. Nisso, Fairfax detalha aos auxiliares seu plano: após o teste na região vulcânica da Ilha de Hornsküll, aquela tremenda energia será direcionada para a costa oeste norte-americana, liberando a energia da Falha de San Andreas na Califórnia, submergindo aquela porção de terra e fazendo emergir do oceano outras, concretizando seu Projeto Pangea visto em Terremoto.

Onde já ouvimos falar da Falha de San Andreas, mesmo?


Superpato e Grimka surgem nesse momento, e a luta começa. Porém aquela energia, originária da ciência de Xadhoom, está contida em um recipiente muito inadequado, e o resultado é sua liberação sem controle. A caverna começa a desabar, a lava da região vulcânica sobe de seu receptáculo nas profundezas, e os personagens precisam lutar pela vida para não sucumbir àquele forno natural. Cenas de ação dignas de todo o histórico da série se seguem, intermediando-se com a chegada de forças belgravianas à ilha. Quando Superpato, Grimka e Fairfax se vêm diante do resgate, o rosto que surge do capacete miltiar é o de Ljuba Gastropova.


A militar, filha de um importante general da Belgravia, percebeu que havia algo errado diante das atitudes do Superpato interpretando Grigorji, e por fim alertou seu pai. Assim os bandidos são presos, a ilha é destruída por uma monumental mas natural erupção vulcânica, conforme a mídia anuncia, e tudo termina em festa no palácio do governo. Nosso herói e Ljuba conversam, e ela comenta que Agnes foi avisada por Grigorji, descrito como ingênuo, de todo o plano, e repassou a informação aos conspiradores. A militar de mostra conformada por nunca ter sido amada pelo filho do presidente, já que aquele havia sido um relacionamento arranjado.

No avião, no retorno sob outro disfarce, o Superpato reflete sobre os acontecimentos, torcendo para que tudo tenha servido para abrir os olhos do presidente Grimka, e que Belgravia possa ser um país diferente dali em diante. Além disso, em uma cena carregada de simbolismo, ele pede uma tesoura para a aeromoça e com ela destrói a carteira de agente do PBI que lhe foi conferida.

Uma boa trama, e de novo conferimos o encerramento de vários ciclos, como o de Morgan Fairfax por exemplo. Este número 45 também explora o lado humano de vários personagens à primeira vista detestáveis, como o próprio Nestor Grimka, e traz cenas de ação espetaculares, como sempre foi o tom da série Novas Aventuras. Além disso, nosso herói igualmente encerra seu ciclo trabalhando na Ducklair Tower, e também literalmente corta sua relação com o PBI. Um sabor um tanto agridoce nos chega neste momento, já que a série está se aproximando de seu final.

Contudo, esta viagem tem sido realmente fantástica, e espero que os leitores estejam gostando. Na semana que vem tem mais.

Até a próxima!

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Superpato Novas Aventuras parte 22

SUPERPATO 50 ANOS

Antes de iniciarmos, é necessário voltar à parte 20, quando comentamos a respeito do evento Lucca Comics & Games, de 30 de outubro a 03 de novembro em Luca, Itália. Nele será lançada mais uma história do Superpato dentro do universo de Ficção Científica Nova Era, PK Un Novo Eroe, e a novidade é que já temos a capa!


O excelente site Paperpedia inseriu esta história na série PKNE - Paperinik New Era, ou Superpato Nova Era como chamamos aqui, que teve inclusive tramas publicadas no Brasil, conforme também comentamos neste especial. O anúncio recente de que a Panini publicará quadrinhos Disney no Brasil encheu os fãs da Disney de esperança. Quem sabe? Ainda não somos obrigados a pagar imposto por nossos sonhos...

PKNA 43 Tempo al tempo


Publicada em 1 de julho de 2000, esta história começa com uma página mostrando o Tempo personificado, reclamando da irresponsabilidade e falta de respeito do homem, e que fechando suas portas não mais permitirá que isso ocorra. O Lança-Raios acorda do pesadelo, e conversa com o filho Trip dizendo que sua velha casa não é mais segura, e ele não gosta do século XXIII.

Odin Eidolon chega a uma cronoestação e recebe Superpato e Lyla, dizendo que eles tiveram muita sorte em surgir inteiros. Ele explica que foi detectado um fenômeno não previsto chamado micro-contração no espaço-tempo contínuo, que está impedindo as viagens no tempo. O método que é utilizado é a aceleração dos elétrons transformando-os em táquions, e a micro-contração está impedindo que os táquions, partículas previstas no Modelo Padrão da física de partículas de nossa realidade, tenham sua conformação normal.


Lyla explica que, quando estava no século XX, chamou Donald pois perdera contato com a base da Tempolícia, não mais recebendo a contribuição ergocronal diária. A fim de receber energia para seu transponder temporal, a androide precisou arriscar um salto até o século XXIII, e nosso herói não podia permitir que ela fosse sozinha. Odin explica que a micro-contração vai e vem, e a dupla teve muita sorte, pois outros viajantes do tempo tiveram problemas gravíssimos, e teria sido melhor que permanecessem onde, ou melhor, quando estavam.

O industrial os leva até seu laboratório, onde seus técnicos trabalham em um cronoestabilizador quântico. E para surpresa do Superpato está lá Vostok, um dos capangas da Organização, o grupo de piratas temporais combatido pela Tempolícia. Ele já apareceu, aliás, em PKNA 14 Carpe dien, que vimos na parte 9. Nosso herói quer partir para cima dele, mas Eidolon pacifica a tensão, e o ex-pirata conta sua história. Naturalmente, a Organização também foi atingida pelo fenômeno e colocou seus melhores cientistas para trabalhar no restauro da capacidade de viagem no tempo. Mas como são criminosos, claro, falhas não são uma opção, e Vostok afirma que aproveitou a primeira chance e fugiu.


O cronoestabiliador foi desenvolvido a partir de uma ideia rudimentar de Vostok, e Odin pretende testá-lo em uma região remota. Precauções são tomadas para fazê-lo em segredo, mas a Organização já sabe, e contata o Lança-Raios para se apoderar do aparato. Eidolon prepara tudo, primeiro um falso comboio com escolta da Tempolícia, e depois o veículo de Lyla, Superpato e Vostok, tripulado por agentes androides de elite. Divertido ver a reação de tiete de Lyla ante os novos colegas, especialmente quando diz que o tenente Cobrain é muito bem construído... Superpato estranha quando Odin comenta que adoraria ir com ele nessa última aventura.

Tudo pronto e eles se lançam no trânsito aéreo do século XXIII. Outra cena divertida é ver os “bons modos” dos pilotos de veículos pesados, os caminhoneiros dessa época, alguém comenta que é assim que se fazem amigos, e isso é comprovado quando caças da Organização atacam o veículo. Eles são recebidos por fogo pesado dos outros caminhoneiros em uma cena cheia de ação, e nossos heróis conseguem escapar.

O Lança-Raios ataca quando fazem uma parada, e o Superpato age quando as armas dos androides falham. Mas a Organização intensifica o ataque, Cobrain transmite parte das informações sobre a missão para Lyla, e ela se une a Superpato e Vostok na fuga. O táxi guiado por um androide lembra bastante o computador de bordo do veículo de Bruce Willis em O Quinto Elemento, por sinal. E o droide taxista usa a mesma linguagem “diferenciada” dos caminhoneiros, própria para regiões de tráfego pesado, tudo embutido em seu software.

Nosso pirata temporal preferido consegue os dados do taxi com uma peça perdida no tiroteio, discute com a Organização e segue seu caminho depois de cruzar com um estranho personagem. “Mesmo se você voar não pode escapar de mim, Lança-Raios”, diz o Tempo.


Nossos heróis abandonam o táxi e seguem a pé por uma estrada que não vê tráfego há séculos. E eles descobrem uma pirâmide, um depósito de cápsulas do tempo que, aberto, revela objetos que eles podem usar. No caso, Lyla e Superpato vão de moto, e Vostok de scooter, e durante a viagem a androide comenta sobre os danos causados na camada de ozônio, que produziram flona e fauna mutantes e espalharam contaminação por boa parte do interior. Lembra um pouco a série Buck Rogers no Século XXV, claro!


Eles finalmente chegam a uma cidade abandonada chamada Haventville, onde são emboscados novamente por uma tropa da Organização liderada pelo androide Newton, igualmente já visto na parte 9. E, como esperado, depois do primeiro confronto descobrimos que Vostok é um traidor, exigindo o crono-estabilizador. Mas o que recebe é a mala deste vazia, e Superpato e Lyla se aproveitam do fato de os bandidos não atirarem a fim de não atingir o aparelho. Contudo, em um momento decisivo, o Lança-Raios surge e toma posse deste.

Newton e Vostok se vão, e Lyla e Superpato contam as notícias para Odin Eidolon. Surpreendentemente, contudo, o industrial está radiante, parabenizando a dupla pela missão. Ele revela então que, quando o pirata apareceu com sua ideia, soube que era um plano da Organização, e o fato é que o fenômeno da micro-contração não pode ser impedido. Tudo foi uma farsa, e primeiro Odin explica o que vem acontecendo. A Tempolícia surgiu para regular as viagens temporais, mas com os interesses políticos e econômicos, mais o combate à Organização, criou um estresse no tecido do espaço-tempo, produzindo uma série de ondas temporais cada vez maior. Mais ou menos como ondas feitas com a mão em uma superfície de água.

E são essas ondas temporais que produzem a micro-contração, que se reduz assim ao efeito do excesso de viagens temporais. Odin afirma que logo apresentará essa teoria para a comunidade científica, mas antes disso viu que essa era uma excelente oportunidade para acabar com a Organização. O crono-estabilizador na verdade contém somente um localizador, e graças ao mesmo as forças da lei encontram e prendem os piratas temporais. Tudo também graças ao Lança-Raios, que Eidolon contratou para assegurar que eles recebessem o aparato.

Odin não informou o Superpato para este agir naturalmente, e claro, este não aceitaria participar de um embuste. E, surpreendentemente, outro efeito da micro-contração se manifesta, com nosso herói se tornando incorpóreo. Como ele não pertence àquela época, a natureza está se encarregando de fazê-lo voltar a seu tempo. O industrial afirma que um dia, possivelmente, as viagens no tempo irão ser retomadas, e Lyla promete que, quem sabe em outra oportunidade, ela volte a encontrar o parceiro. Superpato lamenta não poder tocá-la, e não quer partir assim, e pergunta: “Lança-Raios, como você consegue mais tempo?”, antes de sumir diante das expressões tristes de todos.


O Lança-Raios chega em casa, pensando sobre como os demais perguntaram a ele sobre destino e futuro, e o futuro do anti-herói está ali, na figura do filho Trip. E o garoto sonha com o Tempo, expulsando-o daquele espaço pois ele acorda cedo para ir à escola, e não tem tempo a perder.

Uma excelente aventura com um final memorável e tocante, na despedida de velhos amigos como Lyla, Odin Eidolon e o Lança-Raios. A história deixa claro ainda os sentimentos do Superpato para com a parceira e amiga androide (talvez mais que amiga, então?). Garanto que não sou o único que acha que a Margarida não está a altura de nosso herói, sempre ameaçando trocá-lo pelo primo imerecidamente sortudo.

Nesta reta final do especial, ainda temos mais uma história a analisar nesta parte, vamos a ela!

PKNA 44 Sul lato oscuro


Esta trama saiu em 1 de agosto de 2000, e após discorrer sobre a eterna disputa entre a luz e a escuridão no Universo, vemos o general Clint Westcock em casa, preparando-se para sair em uma missão. Subalternos do general comentam que o tenente McCoy e a doutora Angela Bats igualmente estão se preparando, e alguém lembra do Superpato. Donald reclama de levantar cedo, mas Um tem tudo pronto e ainda fala que faz frio na Lua. McCoy se atrapalha com papéis, e Bats pega um helicóptero nos jardins da Casa Branca.


Todos se encontram em uma base de lançamento, com um ônibus espacial sendo preparado ao fundo. Interessante, Superpato e Angela conversam como se conhecessem, mesmo que ela nunca tenha aparecido antes na série. Todos a bordo, e na rota para a Lua Westcock fala a respeito do Departamento 51, visto anteriormente em PKNA 29 Virus (parte 16). Angela tem uma conversa suspeita com outro personagem cujo rosto não aparece, e a essa altura já sabemos qual é o objetivo da missão: encontrar os evronianos na Lua!

Página seguinte, e temos uma visão da b
ase alienígena construída no lado oculto de nosso satélite. Os terráqueos são recebidos pelo general Zentium, e quando Superpato chega ao alojamento a ele destinado dá para ver até um tapete com tema espacial, que ficaria ótimo em um quarto nerd! O tenente McCoy manipula os controles de seu computador, e os visitantes são recebidos pela cúpula dos evronianos para jantar, em uma cena que para mim evoca tanto Jornada nas Estrelas 6 – A Terra Desconhecida, quando Indiana Jones e o Templo da Perdição.


E vocês, qual a melhor referência?


O cientista Zeleron descreve como, após a batalha final com Xadhoom, os sobreviventes do Império Evroniano foram obrigados a se lançar ao espaço e buscar outro lugar para reconstruir sua civilização, e quando aquele grupo se aproximou da Terra constatou que suas reservas de energia estavam quase esgotadas. A proposta do cientista é paz e acesso à sua tecnologia, e em troca os evronianos receberiam energia suficiente para regressar a seu quadrante de origem. Westcock exige a rendição incondicional, a entrega dos armamentos e acesso aos computadores, e Zentium afirma que o terráqueo deseja humilhá-los. É quando chega a notícia da descoberta de um vírus no sistema de computadores da base.

A base terá seus sistemas de apoio vital desligados em 12 nanociclos, unidade de medida evroniana correspondente a 10 horas. Começa uma discussão entre eles e os terráqueos, que são confinados em um alojamento, nenhum deles assume ser o responsável pelo vírus, e se Westcock não se comunicar com a Terra dentro de seis horas, mísseis nucleares são lançados sobre a base evroniana.

Superpato e seus amigos dominam um grupo evroniano e tomam o cientista Zeleron como refém, porém os alienígenas atiram assim mesmo, e os terráqueos por fim se rendem. Acontece uma discussão entre Zeleron, que afirma querer paz e salvar seu povo, e Zentium, que como soldado busca vingança e honra. O chefe científico Zeron chega em seguida para tentar pôr ordem na situação, e por fim os terráqueos serão submetidos a um julgamento.


Sim, de novo em A Terra Desconhecida lembra a cena do julgamento.

Zentium, claro, espionou os terráqueos, e exibe cenas de Westcock, Bats e McCoy em atitudes suspeitas. Os terráqueos discutem entre si, e Zeleron diz ao Superpato que tem algo contra o general evroniano. Enquanto isso, na Terra, a contagem regressiva para o lançamento dos mísseis prossegue. Westcock explica que mantinha contato constante com seus comandados, e Bats afirma que, junto a McCoy, tentou entrar nos computadores evronianos a fim de obter informações. Ela oferece entregar o que obtiveram, a fim de provar de que nada tiveram a ver com o vírus.

Zeleron exibe um vídeo mostrando Zentium entregando um CD a seus subordinados, e o general alega que também queria obter informações dos terráqueos. A desconfiança e as discussões se ampliam entre todos, enquanto na Terra os mísseis estão a ponto de serem lançados, quando o Superpato revela uma informação vital: ele foi o responsável pelo vírus!

E mais ainda, ele e Zeron trabalharam juntos na empreitada. O chefe científico evroniano comenta que via como necessária a paz, já que era a única forma de sobrevivência para os evronianos, e por isso combinou aquele jogo com o Superpato a fim de expor quem representasse uma ameaça. E assim foram revelados os truques de Bats e McCoy, os planos secretos de Westcock, as obsessões de Zentium e a inveja de Zeleron. Zentium, então, diz que o tratado de paz será discutido entre ele e o Superpato.


Porém os mísseis estão chegando, e Superpato contata Um a fim de este desativar o vírus. Após dez segundos dramáticos antes do impacto das armas, os canhões da base voltam a funcionar e os projéteis são destruídos, para felicidade de todos. Zeron e Superpato selam a paz, e os terráqueos voltam para casa, fazendo entre eles também uma necessária reflexão. Os evronianos igualmente partem para o espaço, mas reafirmando uma das características fundamentais dessa raça, a intriga contra os inimigos, Zeron conversa com McCoy, que se revela como o último evroniano na Terra, cujo nome é Grrodon!

Claro que se lembram dele, não somente em Poder e Potência na Mega Disney 7, mas na sua estreia, em Retrato de um Herói, que analisamos na parte 4 e é minha história favorita em toda a série!

Termina assim outro ótimo episódio de Superpato Novas Aventuras, uma história repleta de intriga, desconfiança e reviravoltas. Foram muito bem explorados os lados humanos de vários dos personagens que, à primeira vista, parecem quase detestáveis, e a revelação final fecha um dos arcos da série.

Vamos assim prosseguindo, e semana que vem tem mais!

Até a próxima!