quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Superpato Novas Aventuras parte 21

SUPERPATO 50 ANOS

PKNA 41 Agdy days


Esta história saiu em 1 de maio de 2000, e já na capa vemos imagens em meio ao fogo de nosso herói, uma xamã, e um grupo combatendo... os evronianos!

A trama começa com uma sucessão de cenas. Uma distante aldeia atingida por um cataclismo, relembrado por uma velha líder ou xamã. Depois operadores da bolsa de valores discutindo. E chegamos a Angus Fangus em mais uma reportagem denúncia contra a Defco, empresa armamentista que tem realizado testes nucleares contra os quais a população tem protestado. Roover Antrax, o líder da empresa, discute com um dos diretores sobre experimentos fracassados se sucedendo por anos a fio e o demite, e depois esse sujeito reaparece como informante de Angus Fangus.

Da aldeia, logo no início, partiu um jovem com uma carta, e esta chega à Ducklair Tower destinada a Everett Ducklair. Um observa que vem da Sibéria, está ligada a um arquivo sobre novos materiais, traz escrito “agdy days” e vem assinada por Ilija Onkoul, marcada como prioritária em sua memória. Claro que isso leva o Superpato a partir para a região.


Na área de testes da Defco um confiante Antrax chega de helicóptero, assim como Angus Fangus e um velho conhecido nosso, Câmera 9 (confira na parte 10 sua participação em Manutenzione straordinaria). Em flashback vemos o informante do jornalista comentando que Antrax pesquisa há décadas um material que, para ser obtido, necessita de pressões e temperaturas dificilmente encontráveis na natureza. Mas é um material que alteraria o curso de qualquer guerra. Nisso, nosso herói está chegando a seu destino, e Um explica que ali aconteceu, em 1908, um cataclisma conhecido como Evento de Tunguska.


Excers e interessados em enigmas naturalmente já devem saber do que se trata. Em 30 de junho daquele ano, às 07:17 h da manhã, um objeto caiu do céu e explodiu sobre a taiga siberiana. Mais de 2.000 quilômetros quadrados de floresta foram destruídos, e a quantidade de poeira lançada na atmosfera, refletindo a luz do Sol, tornou possível ler um jornal em Londres na rua, à meia-noite. Na Holanda não se conseguia fazer observações astronômicas devido a intensa claridade, percebida também na Alemanha na forma de nuvens luminosas que duraram até o amanhecer. E na Antártida, a equipe do pioneiro Ernest Shackleton registrou auroras astrais absolutamente espetaculares. A potência da explosão foi calculada como algo em torno de 10 a 15 megatons de TNT, ou cerca de 1000 vezes o poder da Little Boy, a bomba atômica que arrasou Hiroshima na Segunda Guerra Mundial.

O saudoso mestre da Ficção Científica Arthur Clarke divulgou cálculos, mostrando que se a Terra estivesse apenas 6 horas mais adiantada em seu giro, a explosão teria acontecido sobre Leningrado, atual São Petersburgo. Se a explosão ocorresse 12 horas depois, teria destruído Nova York. Sem falar que, se o objeto tivesse caído no mar, teria causado tsunamis que inundariam vastas áreas costeiras. As longo dos anos diversas teorias, muitas francamente malucas, foram apresentadas para explicar o evento. Choque de antimatéria, buracos negros, raios laser alienígenas, até a queda de uma nave extraterrestre. Hoje a maioria dos especialistas defende que o objeto de Tunguska deveria ter sido um asteroide ou núcleo inativo de um cometa extinto, e é esta linha a seguida por nossa história.

Os nativos acabam derrubando o Sp-car do Superpato... com um estilingue! Nosso herói acorda e eles se desculpam, e a anciã comenta sobre Everett e seu companheiro fantasma que vive em uma esfera. Um, claro! Depois ela conta o que aconteceu nos Dias de Ferro e Fogo. Ela fala sobre a queda do objeto em 1908 e como o exército logo veio recolhê-lo. Mas também surgiram estranhos vindos do céu, gritando “EAAA-VRAAN”. Evronianos!

Angus e Câmera 9 são capturados pelos homens de Antrax, e jogados em uma sala trancada. E na Sibéria Ilija continua contando sua história, e nosso herói é surpreendido por saber que a xamã é formada em astrofísica e engenharia aeronáutica! O companheiro dela, por sua vez com graduação em ciência de materiais, explica que alguns meteoritos chegam á Terra com tamanha energia que as pressões e temperaturas do impacto fazem com que seu material se funda aos elementos da Terra, criando uma nova substância. Com estranhas propriedades e vinda da água, da terra, do ar e do fogo. Um quinto elemento. Os antigos o chamavam de mith-rihl, acreditando possuir propriedades mágicas, produzindo com ele indestrutíveis portas de fortalezas e espadas que somente aqueles dotados de honra poderiam empunhar.


Quantas referências, não, Bilbo e Frodo?


Ilija comenta que muitos outros objetos foram produzidos ao longo da história com esse material produzido por impactos, e diz que no país de nosso herói acontecerá uma explosão nuclear conforme foi noticiado no rádio. A explosão já aconteceu, e Antrax corre com seus técnicos para analisar o material. E, como Ilija afirma, este é muito perigoso em mãos erradas.

As pesquisas na Defco comprovam que o material não só resiste mas reage a pressões, graças à morfogênese molecular auto-induzida (papo científico!). Um detalha mais conversando com o Superpato, afirmando que o material acumula energia em seu processo de criação. Roover Antrax, nesse meio tempo, conversa com seu auxiliar sobre se é mais conveniente vender o material pelo melhor preço, ou se tornar rei do mundo. Afinal, jogado de determinada altitude, a rocha pode devastar regiões inteiras, e até rachar o planeta.

Superpato invade a base da Defco mas acaba capturado. Contudo é parte de um plano, pois os siberianos estão escondidos no Sp-car e causando estragos, libertando nosso herói e os jornalistas no processo. E o pato foge com seus novos amigos e a rocha.


Na Sibéria, a nova rocha é colocada em uma caverna ao lado daquela de 1908, e Ilija explica que sua tribo a ocultou enquanto o exército combatia os evronianos. E foi um pedacinho dela atirado de um estilingue que derrubou o Sp-car no início! Na bolsa de valores as ações da Defco despencam, e no fim do dia dois faxineiros conversam diante das pilhas de papéis, um reclama do salário que ganha diante do que é negociado ali, e o outro fala que há coisas além do dinheiro. O céu estrelado, por exemplo, é de graça!

Boa história, melhor que as anteriores aliás, e que tem semelhanças com as da tribo neozelandesa de Angus Fangus lutando contra o ganancioso empresário Fenimore Cook (PKNA 7 Invasione na parte 5 e PKNA 23 Vuoto di memoria na parte 13). E profunda a mensagem de que a sabedoria vale mais do que tudo!

PKNA 42 La sindrome di Ulisse


Publicada em 1 de junho de 2000, já começa de forma muito impactante. Em um barco de pescadores o capitão e seus comandados comentam como a pescaria anda fraca, quando encontram em suas redes o Donald!

Após um pesadelo no qual é tragado pelas águas e se vê diante do aterrorizante olhar de um monstro nosso pato acorda sem saber quem é. O capitão Taddeo Mackerel se apresenta e explica como o salvaram, e depois os marinheiros comentam que ele é um dos seus pela roupa que veste, mas Taddeo duvida pelas mãos do hóspede. O médico da cidade se encontra ausente, e o capitão explica ao pato que eles estão em Port Whale na ilha Kreeland, entre a Austrália e a Nova Zelândia. Donald só consegue lembrar da escuridão, das águas, e de um nome, Davy Jones.

Acredito que a maioria está pensando neste cavalheiro aqui, não é?


Mas na verdade se trata da lenda de Davy Jones, uma duradoura superstição dos Sete Mares, e encontrei algumas fontes para o leitor de inteirar a respeito, aqui, aqui e aqui. Divirtam-se!

Depois de afirmar que o oceano não nos ama nem odeia, mas meramente nos tolera, e nos pune se o ofendemos, o capitão Mackerel explica que Davy Jones é um espírito maligno das águas, e em seu baú no fundo do mar guarda um tesouro de incontáveis navios afundados. Depois aponta para o moderno navio de outro capitão chamado Kaplan, um caçador de tesouros que busca os vestígios do Achiever, uma embarcação mercante desaparecida naquelas águas 200 anos antes. E foi logo depois da chegada de Kaplan que os problemas de Port Whale começaram, com os peixes rareando e estranhos incidentes com vários barcos. E muitos marinheiros acham que tais ocorrências se devem a Davy Jones.

Um incidente em um comércio da ilha provoca a convocação do conselho do lugar, e logo todos estão discutindo a operação de Kaplan. Taddeo afirma que todos estão esquecendo a tradicional hospitalidade daquela terra por causa do medo e do rancor. Mas eles bolam um plano para saber mais.


Em um restaurante do lugar o anxiliar de Kaplan está jantando quando acontece uma confusão. Donald e Taddeos impedem que marinheiros ataquem o homem, e por fim este os convida para conhecer a embarcação em que trabalha. Eles jantam com Kaplan, que assegura que sua empresa, Argonauts Ltd., lida somente com pesquisa e resgate. E ele por fim exibe uma sonda submarina que foi mastigada por algo. Mackerel comenta que muitos barcos de Port Whale tiveram incidentes semelhantes, Donald argumenta que pode ter sido um tubarão ou orca, mas o capitão diz que nenhum desses animais é tão grande.

E nosso pato tem um problema e desmaia ante o que diz um técnico do navio a respeito de uma “massa compacta”. Seguem cenas em flashback do Superpato, a bordo do Sp-car, percorrendo as profundezas enquanto conversa com Um. Mas o veículo é atacado, e nosso herói fica inconsciente.

O médico de bordo diz que Donald está bem, mas sua falta de memória é provocada por hipotermia. E o pato afirma que somente se lembra de imagens semelhantes às encontradas pela tripulação de Kaplan, e que aquilo não é um naufrágio, mas uma construção enorme.

Uma tensão cresce entre Kaplan e Taddeo, que comenta que Donald sofre da Síndrome de Ulisses. O herói grego da Odisséia foi mantido em uma ilha, sem memória, por sete anos pela ninfa Calypso graças a um feitiço. Manhã seguinte, e nosso pato decide ir com Kaplan e seu auxiliar no submersível. Taddeo conta então uma lenda de Port Whale, quando Davy Jones decidiu ficar ali, espantando os peixes. Os pescadores passaram a caçar baleias, e então o líder dos cetáceos fez um pacto com o comandante dos pescadores: eles se livrariam de Davy Jones e os homens não mais caçariam baleias. Desde então Port Whale tem sido lar dessas criaturas. O capitão Mackerel apresenta então um amuleto que parece um dente, entregando-o a Donald.

Eles mergulham, e encontram finalmente um objeto que faz a memória de Donald retornar: o Sp-car! É sensacional nesse momento ver nosso herói agindo, mandando que eles retornem à superfície e saindo com um traje de mergulho para grandes profundidades, em meio ao ataque de Davy Jones. Nesse ponto, descobrimos que este é um colossal tubarão!

Donald entra no veículo e Um o coloca a par de tudo. Foram três dias desde que ele pôs o pato em uma cápsula de sobrevivência e o ejetou para a superfície, durante os quais conseguiu reparar o Sp-car. E o motivo da presença deles ali é um chamado de emergência da República da Belgrávia, a responsável pela instalação no fundo do mar. Atacados pelo tubarão e outros dois semelhantes, eles conseguem entrar por uma abertura. 

Já tratamos aqui, claro, do regime totalitário e armamentista da Belgrávia em PKNA 21 Tyrannic na parte 12! Depois de alguma luta o doutor Stavro Barnum, comandante da instalação, pede uma trégua e explica que Davy Jones e seus companheiros um pouco menores são produto de sua pesquisa, para a criação de uma arma biológica letal e indetectável. E eles o fizeram depois de encontrar, nas proximidades da Nova Zelândia, os destroços de um objeto desconhecido após uma misteriosa explosão. Trata-se de uma nave evroniana atingida durante os eventos de PKNA 7 Invasione (confira na parte 5), onde eles encontraram restos biológicos e os combinaram com os de tubarões. Os animais escaparam e terminaram por cercar o laboratório, destruindo várias áreas e impedindo a fuga da tripulação.

O Superpato chama Um e eles bolam um plano para distrair os bichos a fim de que todos escapem em trajes de pressão. Mas como não há destes para todos, nosso herói levará três belgravianos na cabine expansível do Sp-car. Os tubarões são distraídos pelas projeções holográficas disparadas por três cápsulas do veículo e todos saem, mas quando uma delas é inadvertidamente destruída Davy Jones vem atrás deles. Os dentes do tubarão abrem um furo no Sp-car, que Superpato acaba fechando com o amuleto de Taddeo.


Isso termina por provocar um ensurdecedor assobio, um chamado ouvido pelos habitantes legítimos daquelas àguas: as baleias! Estas não conhecem aquele adversário, mas sentem seu sofrimento. E os tubarões, muito mais inteligentes que os normais, sentem a serenidade dos cetáceos e por fim fazem uma escolha. E a escolha é a paz. Superpato diz a Barnum que eles venceram sobre sua imoralidade, e agora são realmente livres.

Para sempre!

Em Port Whale os belgravianos são presos, e o Superpato alerta que devem se manter afastados daquela área no fundo do mar, dizendo que ainda voltará para terminar a questão. E, como agora sabe o que é estar desmemoriado, nosso herói diz que será suficiente que não comentem a história do pato perdido. Taddeo comenta que nem sabem o nome dele, e ele responde: “Superpato, capitão. Meu nome é Superpato”!

O episódio mais ecológico da série é também um dos melhores “stand alone” de todos, mesmo estando fora do que podemos chamar de mitologia da série, aquela dividida entre o combate aos evronianos e as viagens temporais de alcance quase inimaginável. Uma divisão que os excers conhecem bem, claro! Se bem que, com as menções feitas aos evronianos, especialmente em nossa segunda história de hoje, não se pode realmente afirmar que estes episódios são de fato alheios à mitologia.

Outro elemento que já fazia tempo que deveria ser comentado é como, muitos anos antes do Universo Cinematográfico da Marvel, Um se monstra uma I.A. incrivelmente mais versátil do que Jarvis ou Friday, do Homem de Ferro!

E, já que falamos na parte anterior do evento Romics, temos mais novidades! Em seu instagram o mestre Disney Marco Gervasio publicou a maravilhosa imagem abaixo!


Marco disse que é uma edição da Classici Disney inteiramente dedicada a Fantomius, um enorme e merecido reconhecimento à qualidade inegável de suas histórias. O livro será detalhado na Romics, e chega às bancas italianas em 10 de outubro.

Aqui no Brasil, se inexplicavelmente ainda não tivemos a publicação de nenhuma das quatro histórias de Fantomius ainda inéditas em português (e até o final do ano sairá mais uma na Topolino italiana), temos a novidade de que a Panini irá retomar os lançamentos em capa dura de séries já publicadas pela Abril, a saber: Os Anos de Ouro de Mickey, tio Patinhas por Carl Barks e a Biblioteca Don Rosa. Os fãs Disney já se animaram novamente e estão, claro, pedindo mais, incluindo este escriba. Afinal, faz muito tempo que não temos algumas das grandes sagas e aventuras publicadas aqui...

Nossa contagem regressiva continua!
Até a próxima!

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