quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Superpato Novas Aventuras parte 22

SUPERPATO 50 ANOS

Antes de iniciarmos, é necessário voltar à parte 20, quando comentamos a respeito do evento Lucca Comics & Games, de 30 de outubro a 03 de novembro em Luca, Itália. Nele será lançada mais uma história do Superpato dentro do universo de Ficção Científica Nova Era, PK Un Novo Eroe, e a novidade é que já temos a capa!


O excelente site Paperpedia inseriu esta história na série PKNE - Paperinik New Era, ou Superpato Nova Era como chamamos aqui, que teve inclusive tramas publicadas no Brasil, conforme também comentamos neste especial. O anúncio recente de que a Panini publicará quadrinhos Disney no Brasil encheu os fãs da Disney de esperança. Quem sabe? Ainda não somos obrigados a pagar imposto por nossos sonhos...

PKNA 43 Tempo al tempo


Publicada em 1 de julho de 2000, esta história começa com uma página mostrando o Tempo personificado, reclamando da irresponsabilidade e falta de respeito do homem, e que fechando suas portas não mais permitirá que isso ocorra. O Lança-Raios acorda do pesadelo, e conversa com o filho Trip dizendo que sua velha casa não é mais segura, e ele não gosta do século XXIII.

Odin Eidolon chega a uma cronoestação e recebe Superpato e Lyla, dizendo que eles tiveram muita sorte em surgir inteiros. Ele explica que foi detectado um fenômeno não previsto chamado micro-contração no espaço-tempo contínuo, que está impedindo as viagens no tempo. O método que é utilizado é a aceleração dos elétrons transformando-os em táquions, e a micro-contração está impedindo que os táquions, partículas previstas no Modelo Padrão da física de partículas de nossa realidade, tenham sua conformação normal.


Lyla explica que, quando estava no século XX, chamou Donald pois perdera contato com a base da Tempolícia, não mais recebendo a contribuição ergocronal diária. A fim de receber energia para seu transponder temporal, a androide precisou arriscar um salto até o século XXIII, e nosso herói não podia permitir que ela fosse sozinha. Odin explica que a micro-contração vai e vem, e a dupla teve muita sorte, pois outros viajantes do tempo tiveram problemas gravíssimos, e teria sido melhor que permanecessem onde, ou melhor, quando estavam.

O industrial os leva até seu laboratório, onde seus técnicos trabalham em um cronoestabilizador quântico. E para surpresa do Superpato está lá Vostok, um dos capangas da Organização, o grupo de piratas temporais combatido pela Tempolícia. Ele já apareceu, aliás, em PKNA 14 Carpe dien, que vimos na parte 9. Nosso herói quer partir para cima dele, mas Eidolon pacifica a tensão, e o ex-pirata conta sua história. Naturalmente, a Organização também foi atingida pelo fenômeno e colocou seus melhores cientistas para trabalhar no restauro da capacidade de viagem no tempo. Mas como são criminosos, claro, falhas não são uma opção, e Vostok afirma que aproveitou a primeira chance e fugiu.


O cronoestabiliador foi desenvolvido a partir de uma ideia rudimentar de Vostok, e Odin pretende testá-lo em uma região remota. Precauções são tomadas para fazê-lo em segredo, mas a Organização já sabe, e contata o Lança-Raios para se apoderar do aparato. Eidolon prepara tudo, primeiro um falso comboio com escolta da Tempolícia, e depois o veículo de Lyla, Superpato e Vostok, tripulado por agentes androides de elite. Divertido ver a reação de tiete de Lyla ante os novos colegas, especialmente quando diz que o tenente Cobrain é muito bem construído... Superpato estranha quando Odin comenta que adoraria ir com ele nessa última aventura.

Tudo pronto e eles se lançam no trânsito aéreo do século XXIII. Outra cena divertida é ver os “bons modos” dos pilotos de veículos pesados, os caminhoneiros dessa época, alguém comenta que é assim que se fazem amigos, e isso é comprovado quando caças da Organização atacam o veículo. Eles são recebidos por fogo pesado dos outros caminhoneiros em uma cena cheia de ação, e nossos heróis conseguem escapar.

O Lança-Raios ataca quando fazem uma parada, e o Superpato age quando as armas dos androides falham. Mas a Organização intensifica o ataque, Cobrain transmite parte das informações sobre a missão para Lyla, e ela se une a Superpato e Vostok na fuga. O táxi guiado por um androide lembra bastante o computador de bordo do veículo de Bruce Willis em O Quinto Elemento, por sinal. E o droide taxista usa a mesma linguagem “diferenciada” dos caminhoneiros, própria para regiões de tráfego pesado, tudo embutido em seu software.

Nosso pirata temporal preferido consegue os dados do taxi com uma peça perdida no tiroteio, discute com a Organização e segue seu caminho depois de cruzar com um estranho personagem. “Mesmo se você voar não pode escapar de mim, Lança-Raios”, diz o Tempo.


Nossos heróis abandonam o táxi e seguem a pé por uma estrada que não vê tráfego há séculos. E eles descobrem uma pirâmide, um depósito de cápsulas do tempo que, aberto, revela objetos que eles podem usar. No caso, Lyla e Superpato vão de moto, e Vostok de scooter, e durante a viagem a androide comenta sobre os danos causados na camada de ozônio, que produziram flona e fauna mutantes e espalharam contaminação por boa parte do interior. Lembra um pouco a série Buck Rogers no Século XXV, claro!


Eles finalmente chegam a uma cidade abandonada chamada Haventville, onde são emboscados novamente por uma tropa da Organização liderada pelo androide Newton, igualmente já visto na parte 9. E, como esperado, depois do primeiro confronto descobrimos que Vostok é um traidor, exigindo o crono-estabilizador. Mas o que recebe é a mala deste vazia, e Superpato e Lyla se aproveitam do fato de os bandidos não atirarem a fim de não atingir o aparelho. Contudo, em um momento decisivo, o Lança-Raios surge e toma posse deste.

Newton e Vostok se vão, e Lyla e Superpato contam as notícias para Odin Eidolon. Surpreendentemente, contudo, o industrial está radiante, parabenizando a dupla pela missão. Ele revela então que, quando o pirata apareceu com sua ideia, soube que era um plano da Organização, e o fato é que o fenômeno da micro-contração não pode ser impedido. Tudo foi uma farsa, e primeiro Odin explica o que vem acontecendo. A Tempolícia surgiu para regular as viagens temporais, mas com os interesses políticos e econômicos, mais o combate à Organização, criou um estresse no tecido do espaço-tempo, produzindo uma série de ondas temporais cada vez maior. Mais ou menos como ondas feitas com a mão em uma superfície de água.

E são essas ondas temporais que produzem a micro-contração, que se reduz assim ao efeito do excesso de viagens temporais. Odin afirma que logo apresentará essa teoria para a comunidade científica, mas antes disso viu que essa era uma excelente oportunidade para acabar com a Organização. O crono-estabilizador na verdade contém somente um localizador, e graças ao mesmo as forças da lei encontram e prendem os piratas temporais. Tudo também graças ao Lança-Raios, que Eidolon contratou para assegurar que eles recebessem o aparato.

Odin não informou o Superpato para este agir naturalmente, e claro, este não aceitaria participar de um embuste. E, surpreendentemente, outro efeito da micro-contração se manifesta, com nosso herói se tornando incorpóreo. Como ele não pertence àquela época, a natureza está se encarregando de fazê-lo voltar a seu tempo. O industrial afirma que um dia, possivelmente, as viagens no tempo irão ser retomadas, e Lyla promete que, quem sabe em outra oportunidade, ela volte a encontrar o parceiro. Superpato lamenta não poder tocá-la, e não quer partir assim, e pergunta: “Lança-Raios, como você consegue mais tempo?”, antes de sumir diante das expressões tristes de todos.


O Lança-Raios chega em casa, pensando sobre como os demais perguntaram a ele sobre destino e futuro, e o futuro do anti-herói está ali, na figura do filho Trip. E o garoto sonha com o Tempo, expulsando-o daquele espaço pois ele acorda cedo para ir à escola, e não tem tempo a perder.

Uma excelente aventura com um final memorável e tocante, na despedida de velhos amigos como Lyla, Odin Eidolon e o Lança-Raios. A história deixa claro ainda os sentimentos do Superpato para com a parceira e amiga androide (talvez mais que amiga, então?). Garanto que não sou o único que acha que a Margarida não está a altura de nosso herói, sempre ameaçando trocá-lo pelo primo imerecidamente sortudo.

Nesta reta final do especial, ainda temos mais uma história a analisar nesta parte, vamos a ela!

PKNA 44 Sul lato oscuro


Esta trama saiu em 1 de agosto de 2000, e após discorrer sobre a eterna disputa entre a luz e a escuridão no Universo, vemos o general Clint Westcock em casa, preparando-se para sair em uma missão. Subalternos do general comentam que o tenente McCoy e a doutora Angela Bats igualmente estão se preparando, e alguém lembra do Superpato. Donald reclama de levantar cedo, mas Um tem tudo pronto e ainda fala que faz frio na Lua. McCoy se atrapalha com papéis, e Bats pega um helicóptero nos jardins da Casa Branca.


Todos se encontram em uma base de lançamento, com um ônibus espacial sendo preparado ao fundo. Interessante, Superpato e Angela conversam como se conhecessem, mesmo que ela nunca tenha aparecido antes na série. Todos a bordo, e na rota para a Lua Westcock fala a respeito do Departamento 51, visto anteriormente em PKNA 29 Virus (parte 16). Angela tem uma conversa suspeita com outro personagem cujo rosto não aparece, e a essa altura já sabemos qual é o objetivo da missão: encontrar os evronianos na Lua!

Página seguinte, e temos uma visão da b
ase alienígena construída no lado oculto de nosso satélite. Os terráqueos são recebidos pelo general Zentium, e quando Superpato chega ao alojamento a ele destinado dá para ver até um tapete com tema espacial, que ficaria ótimo em um quarto nerd! O tenente McCoy manipula os controles de seu computador, e os visitantes são recebidos pela cúpula dos evronianos para jantar, em uma cena que para mim evoca tanto Jornada nas Estrelas 6 – A Terra Desconhecida, quando Indiana Jones e o Templo da Perdição.


E vocês, qual a melhor referência?


O cientista Zeleron descreve como, após a batalha final com Xadhoom, os sobreviventes do Império Evroniano foram obrigados a se lançar ao espaço e buscar outro lugar para reconstruir sua civilização, e quando aquele grupo se aproximou da Terra constatou que suas reservas de energia estavam quase esgotadas. A proposta do cientista é paz e acesso à sua tecnologia, e em troca os evronianos receberiam energia suficiente para regressar a seu quadrante de origem. Westcock exige a rendição incondicional, a entrega dos armamentos e acesso aos computadores, e Zentium afirma que o terráqueo deseja humilhá-los. É quando chega a notícia da descoberta de um vírus no sistema de computadores da base.

A base terá seus sistemas de apoio vital desligados em 12 nanociclos, unidade de medida evroniana correspondente a 10 horas. Começa uma discussão entre eles e os terráqueos, que são confinados em um alojamento, nenhum deles assume ser o responsável pelo vírus, e se Westcock não se comunicar com a Terra dentro de seis horas, mísseis nucleares são lançados sobre a base evroniana.

Superpato e seus amigos dominam um grupo evroniano e tomam o cientista Zeleron como refém, porém os alienígenas atiram assim mesmo, e os terráqueos por fim se rendem. Acontece uma discussão entre Zeleron, que afirma querer paz e salvar seu povo, e Zentium, que como soldado busca vingança e honra. O chefe científico Zeron chega em seguida para tentar pôr ordem na situação, e por fim os terráqueos serão submetidos a um julgamento.


Sim, de novo em A Terra Desconhecida lembra a cena do julgamento.

Zentium, claro, espionou os terráqueos, e exibe cenas de Westcock, Bats e McCoy em atitudes suspeitas. Os terráqueos discutem entre si, e Zeleron diz ao Superpato que tem algo contra o general evroniano. Enquanto isso, na Terra, a contagem regressiva para o lançamento dos mísseis prossegue. Westcock explica que mantinha contato constante com seus comandados, e Bats afirma que, junto a McCoy, tentou entrar nos computadores evronianos a fim de obter informações. Ela oferece entregar o que obtiveram, a fim de provar de que nada tiveram a ver com o vírus.

Zeleron exibe um vídeo mostrando Zentium entregando um CD a seus subordinados, e o general alega que também queria obter informações dos terráqueos. A desconfiança e as discussões se ampliam entre todos, enquanto na Terra os mísseis estão a ponto de serem lançados, quando o Superpato revela uma informação vital: ele foi o responsável pelo vírus!

E mais ainda, ele e Zeron trabalharam juntos na empreitada. O chefe científico evroniano comenta que via como necessária a paz, já que era a única forma de sobrevivência para os evronianos, e por isso combinou aquele jogo com o Superpato a fim de expor quem representasse uma ameaça. E assim foram revelados os truques de Bats e McCoy, os planos secretos de Westcock, as obsessões de Zentium e a inveja de Zeleron. Zentium, então, diz que o tratado de paz será discutido entre ele e o Superpato.


Porém os mísseis estão chegando, e Superpato contata Um a fim de este desativar o vírus. Após dez segundos dramáticos antes do impacto das armas, os canhões da base voltam a funcionar e os projéteis são destruídos, para felicidade de todos. Zeron e Superpato selam a paz, e os terráqueos voltam para casa, fazendo entre eles também uma necessária reflexão. Os evronianos igualmente partem para o espaço, mas reafirmando uma das características fundamentais dessa raça, a intriga contra os inimigos, Zeron conversa com McCoy, que se revela como o último evroniano na Terra, cujo nome é Grrodon!

Claro que se lembram dele, não somente em Poder e Potência na Mega Disney 7, mas na sua estreia, em Retrato de um Herói, que analisamos na parte 4 e é minha história favorita em toda a série!

Termina assim outro ótimo episódio de Superpato Novas Aventuras, uma história repleta de intriga, desconfiança e reviravoltas. Foram muito bem explorados os lados humanos de vários dos personagens que, à primeira vista, parecem quase detestáveis, e a revelação final fecha um dos arcos da série.

Vamos assim prosseguindo, e semana que vem tem mais!

Até a próxima!

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